Costa: Se houver censura de BE e PCP ‘assinamos os papéis do divórcio’

A votação de eventuais moções de censura ao Governo ficaram fora do acordo da esquerda mas António Costa é pronto no argumento: “No dia em que sentirem a necessidade de apresentar uma moção de censura assinamos os papéis do divórcio”. 

“Nesse dia o casamento acabou. O Governo acabou”, avisou o líder do PS, à saída do plenário onde a moção de rejeição do PS foi aprovada e derrubou o Governo de Passos Coelho. Do documento que saiu da Comissão Política do PS, no domingo, constava que BE, PCP e PEV se comprometiam a votar contar qualquer moção de rejeição apresentada pelos partidos da direita, mas essa obrigação acabou por não ficar incluída nos três acordos assinados hoje. 

Questionado sobre o facto de os Orçamentos do Estado não terem a sua aprovação garantida por BE, PCP e PEV, Costa referiu que o acordo “não é um cheque em branco” e que haverá um “diálogo democrático”.

Após a queda do XX Governo, cabe agora ao Presidente da República tomar uma decisão sobre a indigitação de António Costa. Tal como o SOL já noticiou, Cavaco Silva poderá demorar até tomar uma decisão, ouvindo várias personalidades. “Vamos respeitar o Presidente da República. Neste momento, cabe ao Presidente da República a próxima palavra e seria uma enorme indelicadeza da minha parte antecipar-me ou substituir o Presidente da República”, afirmou Costa, quando questionado sobre a celeridade do processo a partir de agora.

Sobre o facto de os acordos terem sido assinados secretamente, sem a presença de jornalistas, Costa defendeu: “Não foi um acordo para a fotografia”. ​

sonia.cerdeira@sol.pt