De Sampaio da Nóvoa, pois tem uma experiência académica muito relevante, mas não faz sentido que inicie a sua atividade política candidatando-se ao lugar de primeira figura do Estado, isto é, à presidência da República. Não tem a experiência política necessária para ocupar o cargo.
Sobre Marcelo Rebelo de Sousa, que considera ser o seu principal adversário, é “um animador”. Reconhece-lhe mérito como comentador político, pelo que, se Marcelo for eleito, o país perderá um excelente comentador. Mas Marcelo é também um especialista em intriga (para usar as minhas palavras), que numa semana dá uma bicada na esquerda para na semana seguinte atacar a direita. Uma personalidade “hiperativa”, que faz com que seja um “criador de factos políticos”, o que o desqualifica para ser um bom presidente da República, um cargo onde, segundo Maria de Belém, é necessário promover a tranquilidade.
Maria de Belém não deixou de puxar dos galões por ter trabalhado com o setor social da economia, e entende que uma das suas funções essenciais como hipotética presidente da República será a de “dar voz aos mais fracos”. Não deixou também de mencionar que teve uma educação católica, num piscar de olhos ao eleitorado católico (Marcelo também pode usar esse trunfo, Sampaio da Nóvoa penso que não).
Não gostei de uma certa dose de autoelogio: não deixou de referir que foi boa aluna, que é uma pessoa trabalhadora, e que obteve bons resultados em cargos que desempenhou. Tem, decididamente, uma boa autoimagem (também se não tivesse não avançava para essa difícil candidatura).
Por fim, destruiu completamente as alegações de conflito de interesses por ter trabalhado para empresas do grupo Espírito Santo.
Em suma: é uma forte e hábil candidata, e de certeza que nem Marcelo Rebelo de Sousa nem Sampaio da Nóvoa a poderão subestimar.