Fundos de investimento imobiliário continuam em queda

No período em que o mercado imobiliário atingiu quebras assinaláveis nas vendas de imóveis e se verificou uma estagnação no investimento, com a retração de novos projetos, os fundos de investimento imobiliário (FII) eram os únicos que, em contraciclo, registaram crescimentos acima da média.

Contudo, em 2014 essa tendência regrediu e a desaceleração prolongou-se até 2015. Embora este ano a quebra seja menos acentuada, continuam a registar-se descidas elevadas na atividade dos fundos.

Em outubro último, o valor líquido global dos FII ascendeu a 9.657,8 milhões de euros, o que traduz um decréscimo de 0,7% em relação ao mês anterior, segundo dados da APFIPP – Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios. Desde o início do ano, verifica-se uma diminuição de 6%, enquanto que desde Outubro de 2014 há uma redução dos montantes sob gestão de 10,3%.

Na mesma data, o valor do património imobiliário detido por estes fundos – inclui imóveis, participações em sociedades imobiliárias e unidades de participação de FII – totalizou 11.002,8 milhões de euros, representando 113,9% do total das carteiras, o que engloba o recurso ao financiamento por parte destes fundos.

O valor do património imobiliário registou um decréscimo mensal de 1%. Desde o início do ano diminuiu 8,6%, enquanto que desde outubro de 2014 decresceu 11,6%.

Nesse mês não foi lançado qualquer novo fundo de investimento imobiliário, nem foi liquidado nenhum dos já existentes, pelo que o número de fundos em actividade permaneceu igual ao de final do mês de Setembro: 213.

Os setores dos serviços e escritórios continuam a dominar o portefólio dos fundos.

Palácio das Belas Artes vendido por 18 milhões

Apesar de tudo, há sinais de que a atividade de alguns fundos dinamizou na reta final do ano. Esta semana, o Palácio das Belas Artes, no Chiado, em Lisboa, foi vendido por um fundo imobiliário português a um investidor institucional português, num valor de 18 milhões de euros.

«O facto de ser uma operação realizada entre investidores portugueses é bastante positivo, num mercado onde o investimento estrangeiro tem sido dominante. Mostra que os investidores nacionais também estão ativos e atentos a oportunidades fora da área em que têm estado mais presentes, que é o segmento de escritórios», revela Fernando Ferreira, diretor do departamento de capital markets da JLL, empresa que mediou o negócio.