Numa entrevista ao Jornal de Notícias, António Costa afirmou que o facto de terem existido duas resoluções bancárias desde a saída da troika do país, demonstra que não se olhou para aquilo que era efetivamente importante.
“A troika perdeu muito tempo a olhar para freguesias, a olhar para municípios e administração central do Estado e olhou pouco para onde devia ter olhado, como agora todos percebemos, que era também para a saúde do sistema financeiro”.
“Sou o primeiro-ministro, em muitos anos, que não se estreia anunciando os aumentos de impostos que tinha prometido não fazer na campanha eleitoral”.
Costa disse mesmo que vai, “de uma forma mais acelerada”, eliminar a sobretaxa do IRS, repôr os vencimentos dos funcionários públicos, atualizar o salário mínimo, repor os abonos de família, entre outras medidas.
“Estamos a conseguir cumprir um programa porque desenhámos bem esse programa”.
Relativamente à questão da TAP, o primeiro-ministro destacou que o Governo tem todo o interesse em ter a companhia aérea.
“A TAP é hoje um fator de garantia de independência nacional e da nossa inserção nos mercados globais”, afirmou o primeiro-ministro, acrescentando que irá negociar com os compradores de modo a chegarem a um acordo.
“A questão não se centra na gestão da empresa, mas na garantia de que a maioria do capital é público porque, aconteça o que acontecer, sendo público, a empresa continuará a existir”.
Costa faz ainda uma comparação com o sistema bancário e com a Caixa Geral de Depósitos. “Há alguns anos, muitos achavam que a CGD era algo que era absolutamente desnecessário. E hoje, não há ninguém em Portugal que não reconheça, perante tudo aquilo que nos tem deixado boquiabertos sobre o sistema financeiro, que em caso algum poderemos prescindir de ter um grande banco público como é a CGD”.