“Não pode estar tudo a mudar a cada governo”, defendeu Marcelo, depois de uma aluna lhe perguntar o que achava do fim dos exames do 4.º e do 6.º ano e da introdução de provas de aferição nos 2.º, no 5.º e no 8.º ano do básico, mantendo apenas o exame com peso na nota final no 9.º ano.
“Não pode mudar tudo, não pode mudar o currículo, o programa, o sistema de avaliação”, comentou o professor que pede “consenso” nesta área.
Como professor de Direito, Marcelo nem quer imaginar o que seria pôr-se na pele de um docente do básico confrontado com as alterações constantes que vão sendo introduzidas pelos vários ministros. “Ser professor do básico ou do secundário é um verdadeiro quebra-cabeças”, lamentou Rebelo de Sousa que acredita que na Educação não há motivo para clivagens que impeçam consensos entre os partidos para uma política estável.
“Há que haver consenso e aqui o consenso não me parece que levante problemas doutrinários e ideológicos”, afirmou.
Esta é, contudo, uma das áreas que mais tem crispado o debate político entre esquerda e direita nos últimos dias, com o PSD e o CDS a acusar o Governo de António Costa de ter uma agenda “ideológica sindical” e “radical de extrema-esquerda”.