Personalidades políticas reagem à morte de Almeida Santos

Várias personalidades políticas já reagiram à morte de António Almeida Santos.

António Costa recebeu a notícia na chegada a Cabo Verde, onde inicia hoje a sua primeira visita oficial enquanto primeiro-ministro.

"Estou perante a perda de um grande amigo, de um camarada, alguém com uma extraordinária vitalidade”, afirmou Costa, citado pelo Jornal de Notícias, acrescentando que o presidente honorário do PS era "um homem extraordinário, um dos grandes legisladores que construiu o Estado de Direito democrático após o 25 de abril de 1974”.

"É com enorme tristeza que soube do seu falecimento. António Almeida Santos era das pessoas que nos levava a acreditar que havia vida eterna na terra. Era um miúdo quando comecei a ouvir Almeida Santos a falar na televisão e fez parte do meu crescimento e de toda a minha formação. É com profunda tristeza que o vejo partir", adiantou ainda o primeiro-ministro.

Em declarações à SIC, Maria de Belém, que era apoiada por Almeida Santos, descreveu-o como sendo uma pessoa de “uma sabedoria extraordinária”, de uma “inteligência fantástica” e insubstituível. Recorde-se que, no passado domingo, o histórico do PS participou numa ação de campanha da candidata à Presidência da República.

A campanha de Maria de Belém foi suspensa até amanhã devido à morte devido à morte do presidente honorário do Partido Socialista e a ex-minsitra da Saúde cancelou a participação no último debate televisivo que junta os vários candidatos à presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa, por sua vez, disse que “Almeida Santos era amigo da família e amigo pessoal há 46 anos”. O candidato presidencial afirmou ainda que o fundador do PS era uma “personalidade invulgar” e “um homem inteligente, muito culto, um grande jurista”, destacando ainda o “papel fundamental” que teve “no período de criação da democracia”.

Já Sampaio da Nóvoa reagiu através de um comunicado publicado na sua página de Facebook. O ex-reitor descreveu Almeida Santos como uma “personalidade marcante do Portugal contemporâneo, fundador da nossa Democracia, combatente pela liberdade e por todos acarinhado como Presidente da Assembleia da República exemplar na sua forma de construir consensos e prestigiar o debate democrático”, pode ler-se na página do candidato à Presidência da República.

Sampaio da Nóvoa referiu-se ainda ao histórico do PS como “uma das mais emblemáticas figuras da nossa história democrática, uma referência da oposição à ditadura, advogado e jurista de excelência, Presidente histórico do Partido Socialista, que nunca faltou à chamada na governação e no serviço público”.

 

COMUNICADO Acabei de tomar conhecimento do falecimento, esta noite, de António Almeida Santos, personalidade marcante…

Posted by Sampaio da Nóvoa on Monday, January 18, 2016

 

Numa declaração aos jornalistas, esta manhã, Sampaio da Nóvoa afirmou que conhecia bem Almeida Santos, já que era amigo do seu pai. “Tinha por ele uma enorme estima, para além do reconhecimento pelo seu trabalho e ação política”, disse o candidato, acrescentando que a morte do histórico do PS representa “uma perda difícil” para todos.

O ex-reitor cancelou a agenda desta tarde, mas irá participar no debate televisivo.

Numa mensagem por uma fonte próxima de Mário Soares enviada à Lusa , o ex-presidente da República lamentou a morte de Almeida Santos. "Mário Soares está profundamente triste com a morte do seu amigo Almeida Santos".

O Presidente da República enviou uma mensagem de condolências à família de Almeida Santos, referindo-se ao antigo presidente da Assembleia como um “cidadão exemplar pelo seu empenho na defesa do modelo democrático europeu”, um "homem de causas, causídico da liberdade", que se distinguiu "pelas suas qualidades como jurista, sendo autor de vários diplomas estruturantes do nosso regime democrático".

“Manteve-se sempre fiel ao ideário e aos princípios que marcaram a sua trajetória de vida, na qual exerceu as mais altas funções do Estado, com destaque para a Presidência da Assembleia da República”, lê-se no comunicado de Cavaco Silva, citado pela TVI24.

Eduardo Ferro Rodrigues afirmou, aos jornalistas esta manhã na Assembleia da República, que o fundador do PS “foi um dos grandes estadistas destes 41 anos de democracia”.

“Foi com surpresa e consternação que tomei conhecimento da morte de António de Almeida Santos. (…) Lutou pelas liberdades, antes e depois do 25 de abril”, assumindo vários cargos de serviço “à causa pública”, tendo sido também um “grande orador e escritor, que deixou a sua impressão digital em muitas e importantes leis da República”.

O atual presidente da AR elogiou o trabalho de histórico socialista, quando ocupou o seu cargo entre 1995 até 2002. “No dia em que tomou posse, disse-nos que o seu programa se resumia a uma grande prioridade: prestigiar o Parlamento. Cumpriu o seu programa”, concluiu.

António Almeida Santos, presidente honorário do PS, morreu na noite de segunda-feira, um mês antes de fazer 90 anos. O corpo deverá estar em câmara ardente na Basílica da Estrela, em Lisboa, refere a Lusa.