Passos Coelho atacou ainda o primeiro-ministro por não ter ainda apresentado qualquer medida concreta, mas apenas "os objetivos" do Programa Nacional de Reformas, ao mesmo tempo que continua a "reverter" as reformas feitas pelo Governo PSD/CDS.
O líder da oposição acusou também Costa de não ter querido debater consigo o Programa de 2015, limitando-se a enviar um "documento vago", quando agora diz querer envolver toda a sociedade no debate sobre o documento.
Passos lembra ainda que os relatórios citados por António Costa louvam as reformas que estavam em curso com a anterior maioria e instam o Governo português a fazer uma avaliação do seu impacto. Agora, o líder do PSD quer saber "quando" e "com que ferramentas" vai Costa fazer essa avaliação que foi prometida a Bruxelas.
Costa diz que Passos vive no passado
"Quando aqui venho debater consigo fico sempre com a sensação de que o presente é só o ponto em que o passado e o presente se encontram", respondeu Costa, que garantiu não ter sido "um documento vago", mas sim "uma agenda para a década" aquilo que enviou como líder da oposição como contributo para o Programa Nacional de Reformas de 2015.
Costa disse até estar disponível para ter agora os debates que não teve oportunidade de ter como líder da oposição por não estar nessa altura como deputado, mas avisou Passos Coelho de que não é isso que os portugueses esperam.
"Para mim garanto-lhe que seria uma perda de tempo regressar ao passado, e há uma coisa que lhe garanto para o país seria totalmente inútil", atacou Costa.
De resto, o primeiro-ministro considera que o caminho que Passos fez no Governo foi apenas de cortes e austeridade tendo como resultado a continuação dos problemas estruturais e o seu agravamento sem qualquer melhoria.
Para o ilustrar, citou os números do insucesso escolar do Conselho Nacional de Educação. "Quer uma medida concreta? Eu dou-lhe uma medida concreta: a universalização do pré-escolar aos três anos", replicou, explicando que esse caminho permitirá aumentar o sucesso escolar das crianças por contraposição com os exames defendidos pela direita e que Costa não acredita terem ajudado a melhor o ensino, mas apenas "apurar a raça dos eleitos".