Se Rio tinha, em entrevista à TSF, dado a entender que a oposição de Passos às intervenções do primeiro-ministro nas questões da banca era uma expressão da sua costela liberal, o líder recusa essa ideia.
"Não se trata de ser liberal nem social-democrata", reage Passos Coelho, que reafirma a defesa da não interferência do Governo na banca privada, sublinhando que a CMVM e o Banco de Portugal dispõem de "instrumentos" para defender o Estado caso seja necessário.
Num Congresso sob o mote "social-democracia sempre", Passos explica que não há nenhuma mudança no posicionamento do partido. "Os nossos valores e os nossos princípios mantêm-se", diz, explicando que esse valores passam pela defesa "da liberdade das pessoas e da dignidade das pessoas".
"Entendemos que os princípios da igualdade se traduzem sobretudo na igualdade de oportunidades", declara, explicando que o PSD defende "um Estado com regras que não seja omnipresente".
Passos reage aos críticos
Nas últimas semanas Rui Rio, Paulo Rangel, José Eduardo Martins, Nuno Morais Sarmento e Pedro Duarte foram vozes críticas à sua liderança, mas Passos diz que vive bem com esses ataques.
"Sempre ouvi críticas, mas sempre tive apoio para fazer o que era preciso", assegurou quando confrontado com os reparos feitos pelos mais críticos.
Neste Congresso de Espinho, Passos Coelho já sabe que terá José Eduardo Martins, Paulo Rangel e Pedro Duarte a dizer-lhe de viva voz e no palco a dizer-lhe no que discordam do rumo que decidiu para o partido.
Há, porém, uma ausência de peso: Rui Rio, visto como potencial futuro candidato a líder, optou por ficar em casa. O ex-autarca do Porto fez críticas em entrevista à TSF, mas não quis vir a Espinho dizer o que pensa sobre o partido.
margarida.davim@sol.pt