Catarina desmonta os argumentos da direita na Educação

Mais uma vez, a geringonça mostrou-se bem oleada no debate quinzenal. Catarina Martins apresentou a defesa da política do Ministério da Educação na revisão dos contratos de associação com escolas privadas e não poupou a direita que, na última semana, fez deste um dos principais temas da oposição.

“Tentei fazer um exercício para compreender a direita no que diz respeito aos contratos de associação. O que move a direita que tem estado num frenesim?”, começou a líder do BE, para em seguida desmontar os argumentos de PSD e CDS.

Um a um, Catarina foi elencando os argumentos, começando por questionar se o que estará em causa um ataque à escola privada. “Os contratos de associação têm apenas 3% de escolas privadas. A generalidade das pessoas continuará a poder fazer a sua escolha”, afirmou, concluindo que “isto não é sobre liberdade” de escolha.

Em segundo lugar, a bloquista falou na estabilidade que tem sido invocada à direita contra a política do Ministério da Educação. “O que está a ser feito não põe em causa nenhum percurso. São as mudanças normais na mudança de ciclo. É assim na escola pública, que seja assim também na privada. É a vida”, comentou, lembrando que as crianças irão concluir o ciclo nas escolas que já frequentam.

A preocupação com o emprego dos professores destas escolas também foi desvalorizada por Catarina Martins, que lembrou que PSD e CDS “condenaram ao desemprego dezenas de milhares de professores e até os convidaram a emigrar” quando estiveram no Governo.

A qualidade da oferta foi o quatro tópico recuperado por Catarina, que deu vários exemplos, como a da Escola do Cerco no Porto, de estabelecimentos públicos “recebem prémios mas estão a perder crianças para o privado.”

O último ponto foi para as contas públicas. Aqui a líder bloquista considera que este é um argumento que não pode ser usado por quem advoga a manutenção de contratos de associação mesmo quando há redundâncias com a oferta pública. O raciocínio de Catarina Martins é o de que uma escola pública que só tem metade das turmas “fica muito mais caro [ao Estado] do que uma escola com as turmas todas”.

A conclusão da líder do BE é a de que PSD e CDS estão a defender outros interesses, que não os dos alunos, dos pais e dos professores: “Se as redundâncias não existissem, estaríamos a poupar 15 milhões de euros por ano. O que move a direita é proteger uma renda de 15 milhões de euros de redundâncias para os seus amigos.”