Cristas queria saber como pretende o PS votar as propostas dos centristas sobre esse assunto, mas esbarrou na ironia de António Costa, que lhe explicou que o secretário-geral "está sempre disponível" para conversar com a líder do CDS no Largo do Caldas ou no Largo do Rato, ou até "para a convidar para almoçar um peixe grelhado em nome do nosso amor ao mar", mas explicando que não pode falar em nome da bancada do PS.
"Estes debates são com o primeiro-ministro, não são com o secretário-geral do PS", frisou Costa, que atacou também o interesse de Assunção Cristas pelo tema do envelhecimento ativo, lembrando-lhe que fez parte de um Governo que "cortou pensões".
A líder do CDS não gostou da ironia do primeiro-ministro e respondeu-lhe que gosta de ter "as conversas em público" e não em almoços privados.
Ficou claro que o clima está mais tenso entre Costa e Cristas do que faziam antever os primeiros debates quinzenais depois de a nova líder subsistir Paulo Portas no CDS.
Cristas foi, de resto, bastante dura com o primeiro-ministro, atacando as 150 nomeações do Governo nestes seis meses de mandato das quais apenas nove foram avaliadas pelo crivo da CRESAP e lembrando que ainda há pouco tempo Costa recusava os limites à greve quando agora afirma que "tudo tem limites" em relação à paralisação dos estivadores.
Costa ainda tentou contra-atacar Assunção Cristas, recordando os 400 dias de greve na estiva quando era ministra do Mar, mas a líder centrista recusou responsabilidades, sublinhando que não tinha poderes na área dos portos.