CGD: PSD pondera inquérito parlamentar

Partido diz que Executivo deve explicações sobre o modelo de governação do banco público e qual o impato do plano que tem em marcha para o défice.

O deputado do PSD Duarte Pacheco exigiu, esta segunda-feira, explicações ao governo sobre as necessidades de capitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) e não excluiu a constituição de uma comissão parlamentar de inquérito.

"Não podemos banalizar um instrumento, mas tudo depende das explicações que o doutor António Costa dê ao parlamento e aos portugueses", afirmou Duarte Pacheco quando questionado sobre a constituição de uma comissão de inquérito à Caixa.

Uma posição que também foi defindida por Luís Marques Mendes na SIC este domingo.

O PSD tem dois requerimentos com perguntas sobre a Caixa para o primeiro-ministro e o ministro das Finanças, Mário Centeno, e deixou um repto para que possam ser "o guião" da intervenção do chefe de governo na quarta-feira no debate quinzenal no parlamento.

Uma das questões diz respeito aos quatro mil milhões de euros, valor que tem sido apontado como o necessário para capitalizar o banco do Estado. No entanto, para o PSD, as necessidades de financiamento do banco são apenas cerca de metade desse valor. "Tudo o resto tem de ter explicação. Se algo aconteceu ou algo está por detrás desta capitalização é responsabilidade exclusiva do atual governo e este tem de dar essa explicação aos portugueses", salienta

30 questões

O PSD, que elaborou 30 perguntas para o governo responder, que saber qual o ponto de situação real do maior banco português, os rácios, os níveis de imparidades, a existência de um plano de reestruturação e as suas implicações num eventual encerramento de balcões e de despedimento de funcionários. E qual vai ser o impato deste plano no défice orçamental.

O deputado social-democrata defendeu ainda que o Executivo deve explicações sobre o modelo de governação do banco público, nomeadamente sobre o aumento do número de administradores e dos salários, sublinhando que a regra do anterior executivo de que auferissem um vencimento na média dos três anos anteriores à sua contratação "já salvaguardava a contratação no mercado".