UE “não gosta da atual solução política”, diz Jerónimo

“Não se deve ceder aos chantagistas e não se deve aceitar qualquer sanção. Deixem Portugal em paz”

UE “não gosta da atual solução política”, diz Jerónimo

Jerónimo de Sousa voltou a reforçar a ideia de que o PCP só se irá pronunciar sobre o Orçamento do Estado para 2017 quando conhecer o documento, mas diz que o partido está disponível para dar a sua contribuição.

“No quadro do diálogo, procuramos manter essa linha de reposição de rendimentos como no OE para 2016”, afirmou o secretário-geral do PCP, acrescentando que é um processo que ainda está em curso e que não há nenhuma proposta em concreto.

O líder comunista realçou, porém, que o que foi conseguido até agora ainda é "claramente insuficiente". "Esta é uma encruzilhada que temos de decidir: Sim ou não em relação à linha de reposição de rendimentos e de direitos, ou soçobrar e voltar para trás, com todas as consequências que isso teria".

Jerónimo de Sousa disse ainda que as dificuldades que se têm feito sentir advêm do posicionamento do PSD e do CDS, mas também das pressões da União Europeia. “A dificuldade que o Governo encontra são as imposições e os constrangimentos que nos impedem de alcançar esse grande objetivo do crescimento económico e do desenvolvimento soberano”, destacou o secretário-geral.

Para o comunista, a UE “não gosta da atual solução política”, em particular no que se refere à reposição de direitos e de rendimentos dos trabalhadores e do povo português, e procura através de chantagens um regresso ao passado.

“Manter este rumo é fundamental. Não se deve ceder aos chantagistas e não se deve aceitar qualquer sanção. Deixem Portugal em paz”.

Jerónimo de Sousa esteve, esta manhã, reunido com António Costa no âmbito do processo de consultas antes da cimeira informal de Bratislava, na Eslováquia, que se realiza na sexta-feira.

O comunista destacou o “caráter solidário” deste conselho em abordar o problema dos refugiados, mas crítica o facto de não serem discutidos problemas dos países, como o desemprego e a pobreza. “Do nosso ponto de vista, [estas matérias] deveriam ter uma atenção fundamental”, acrescentou.