Costa de volta a 2011

“O que nós estamos a discutir não é 2011. Isto não é uma academia de História”, começou por dizer António Costa a Pedro Passos Coelho, depois de o líder do PSD voltar a lembrar a forma como o seu Governo herdou o país nas mãos de um resgate financeiro.

Costa não conseguiu, porém, resistir a um regresso ao passado, para provar por que é que 2016 "foi um ano horrível para o PSD".

Puxando dos arquivos, António Costa foi recuperar uma declaração de Passos Coelho antes de chegar ao Governo quando prometiua que o ajustamento que pretendia fazer "será mais por via dos rendimentos do consumo e dos rendimentos do trabalho ou por cortes em salários".

"Isto dizia em 24 de março do tal ano de 2011", sublinhou Costa olhando para o passado da governação social-democrata.

"De facto, os impostos sobre o consumo aumentaram, mas subiram também os impostos indiretos. E além dos impostos diretos, além dos impostos indiretos, cortou salários e pensões", atirou.

"O programa da troika era o seu programa", afirmou Costa, com ironia. "Só se pode regozijar com a honra que teve por não só ter cumprido o seu programa como por ter até ido além do seu programa", disse, frisando a "estabilidade" em que agora o país vive quando comparado com o que viveu na anterior legislatura.

Costa recordou que 2016 vai chegar ao fim "sem termos tido um ou dois retificativos", quando durante o mandato do anterior Governo "em quatro anos, fizeram oito orçamentos retificativos, dois orçamentos retificativos em cada ano orçamental".

"Cumprimos o que prometemos", rematou.