Os presentes de Cristas para Costa: óculos, soro da verdade e um pack de medidas

Apesar da boa vontade da época festiva, Assunção Cristas faz um balanço pouco cor-de-rosa do primeiro ano do Governo.

Assunção Cristas traça um cenário negro da governação de António Costa, considerando que falhou em toda a linha: no crescimento, na degradação dos serviços públicos e na dívida "que não desce e é cada vez mais cara". Mesmo assim, em época natalícia, não resistiu a levar três presentes ao primeiro-ministro no último debate quinzenal do ano.

Uns óculos "para ver bem a realidade", um soro da verdade "para reconhecer o trabalho do anterior Governo" e um pack com as medidas que o CDS apresentou ao longo do ano para provar que o seu partido age "sempre pela positiva". São estes os presentes que Assunção Cristas trouxe para o sapatinho de António Costa.

Costa diz que Cristas dava uma "bela mãe Natal", Passos sai da sala

"Sempre achei que dava uma bela mãe Natal", ironizou Costa, que aconselhou Luís Montenegro a da próxima vez tentar uma "gracinha" para competir com Assunção Cristas.

"Lamento não ter trazido um presente, porque lhe teria trazido um retrovisor para ver o passado", brincou Costa, num momento de sentido de humor não apreciado por Pedro Passos Coelho, que não só não se riu, como abandonou a sala.

"Far-lhe-ei chegar até ao dia de Reis o retrovisor, de forma a ver melhor o passado antes de falar do futuro", prometeu António Costa.

Cristas diz que Governo fez uma coisa bem: "amestrou sindicatos"

Apesar da boa vontade da época festiva, Assunção Cristas faz um balanço pouco cor-de-rosa do primeiro ano do Governo.

Para a líder do CDS, as únicas coisas que o Governo fez bem foi garantir "sindicatos amestrados" e estabilidade política, mas também "uma bela propaganda".

"Fazem uma bela propaganda: e nisso são os melhores. Acho mesmo que vos devíamos contratar para essa parte quando somos nós a pagar", lançou Cristas, num discurso particularmente duro, que levou António Costa a garantir que o Governo "não vê os parceiros sociais como animais para serem amestrados".

"Eu sei que em vez de tributarmos o património de luxo, gostaria que aumentássemos a carga fiscal sobre o trabalho", contrapôs Costa, que acha que a líder centrista está a tentarv "apresentar outra vez o CDS como o partido do contribuinte".

"Mas à primeira caem todos, à segunda só cai quem quer", avisou o primeiro-ministro.

"A gasolina é um bem de luxo?", questionou Assunção Cristas, que acusa o Governo de não ter cumprido a promessa do fim da austeridade.

"Deus com uma mão e tirou com as duas", disse a líder centrista, que citou a notícia do i desta quinta-feira sobre o encerramento da Escola de Carcavelos para ilustrar as consequências da política de desinvestimento público do Governo.