Marcelo garante que ajuda Costa como ajudaria Passos

Presidente não vai abrandar o ritmo e só tem pena de não estar ainda mais em contacto com as pessoas. “Sinto-me feliz”, garante

Marcelo Rebelo de Sousa respondeu aos que o acusam de andar com “o governo ao colo” e garante que teria a mesma postura se o executivo fosse liderado por Pedro Passos Coelho.

Fez ontem um ano que Marcelo foi eleito Presidente da República e a data foi festejada com um almoço em Belém com os seus adversários nas presidenciais, o lançamento de um livro com fotografias e discursos e um encontro com os diretores de campanha e mandatários.

No lançamento do livro “Um ano depois”, na sede de candidatura, Marcelo respondeu às perguntas dos jornalistas e rejeitou a crítica de que anda com “o governo ao colo”. Marcelo diz que “faz o que o Presidente deve fazer” e se o governo fosse outro “tinha que fazer exatamente o mesmo”.

Ao Presidente da República, explicou Marcelo, cabe-lhe criar condições para que o governo governe. “Qualquer que ele seja”. Marcelo admitiu mesmo que Belém deve também contribuir para que “a oposição tenha força”, porque se uma solução “falhar” existe uma alternativa. “Não há Presidentes eternos. Não há primeiros-ministros eternos. Não há governos eternos”, concluiu.

2017 AO MESMO RITMO

O Presidente também não vai ceder aos que o acusam de aparecer e falar em excesso. A intenção é “manter o mesmo ritmo” para não perder de vista o objetivo de estar próximo das pessoas, principalmente dos “mais necessitados”. Marcelo só tem pena de “não ser mais interventivo” no contacto com as populações e no uso da palavra, que lhe permite “dar uma explicação e tentar estabilizar a vida política e social”. Mas isso não quer dizer, garantiu o Presidente – que respondeu a perguntas durante cerca de meia hora – que esteja a ultrapassar os seus poderes. “Sou muito cuidadoso”.

“SINTO-ME FELIZ”

O Presidente da República começou o dia com uma curta entrevista em direto, à porta de casa, em Cascais, à TVI 24. “Foi um ano muito trabalhoso. Um ano muito reconfortante”, disse Marcelo, elogiando os portugueses que têm sido excecionais. “Estar com eles ultrapassou as expectativas. Sinto-me feliz por estar a servir e a fazer aquilo que me comprometi fazer”.

A seguir, Marcelo quis marcar, mais uma vez, a diferença e comemorou o primeiro aniversário em Belém com um almoço com os seus adversários. Foram todos convidados. Desde Sampaio da Nóvoa a Vitorino Silva, conhecido como Tino de Rans.

Com Marisa Matias, que não conseguiu estar presente, falou via Skype. “Uma das grandes surpresas foi a sua candidatura. Valorizou o debate político e foi a consagração de uma vocação política”, disse o Presidente da República à eurodeputada bloquista. A conversa foi divulgada na página da presidência.

Um dos presentes no almoço garantiu ao i que valeu a pena. “Ele é simpático, como toda a gente sabe. Convivemos e o almoço estava muito bem servido”.

45 mil euros para ajudar

Marcelo Rebelo de Sousa tinha prometido oferecer o lucro da campanha eleitoral, 45 mil euros, a uma instituição de solidariedade social. Os nomes das instituições foram ontem divulgados pelo próprio Presidente da República. 20 mil euros vão ser doados a uma Associação de Solidariedade Social e Recreativa de Nespereira, de Cinfães, no distrito de Viseu. O dinheiro servirá para “aquisição de uma carrinha de apoio domiciliário”. Os outros 25 mil serão doados à Escola Básica e Secundária do Mogadouro, no distrito de Bragança, “para a instalação de um laboratório”. A escola em causa está “mal classificada nos rankings”.

Marcelo garantiu que se sente ainda mais motivado do que no dia em que foi eleito e traçou com objetivos para o futuro “haver mais crescimento económico” e “ir mais longe na consolidação do sistema bancário”.