Luís Montenegro considera que a política salarial do Governo tem "pés de barro" porque não está sustentada por um crescimento económico que suporte os aumentos decididos. E é por isso que o PSD considera "excessivo" o aumento salário mínimo nacional para os 557 euros.
“Se não houvesse excesso não havia compensação, se o Governo deu aos trabalhadores aquilo que é justo então não tem de compensar os patrões”, disse aos jornalistas à saída da reunião do grupo parlamentar do PSD, criticando o objetivo do Governo de subir o salário mínimo para os 600 euros até 2019.
“É um aumento de 20% em quatro anos que contrasta com o crescimento económico previsto de 5,5% ou 6% também em quatro anos”, apontou.
O líder da bancada parlamentar do PSD acha mesmo que, apesar das críticas feitas pela esquerda aos sociais-democratas, é o Governo que está a estimular uma economia baseada nos baixos salários.
"Em abril de 2014 havia cerca de 400 mil pessoas a receber o salário mínimo, e agora há mais de 800 mil — acham que isto não é política de baixos salários?”, atirou Montenegro, que avisa Costa de que não pode continuar a contar com o PSD para ter apoio em matérias em que não se entende com BE, PCP e PEV.
“Querem discutir as PPP na Saúde? Vamos a isso. Querem discutir a política de transportes? Vamos. Querem discutir a política salarial? Vamos. O PSD tem liberdade total para decidir e para refletir sobre o que é melhor para o país, e está disponível para discutir todas as matérias no Parlamento, mas não vai servir de muleta nem vai ser a tábua de salvação de um primeiro-ministro que não consegue apoio onde disse que o tinha”, alertou Montenegro.
Sobre a descida do pagamento especial por conta, o social-democrata frisou ser a favor de políticas fiscais mais atrativas, "nomeadamente através da baixa do IRC". Mas condenou o que diz ser uma política económica "a la carte", feita para corrigir as "trapalhadas" de um Governo sem maioria para sustentar todas as suas posições.