"Nós temos de ser uma oposição séria e responsável, mas não podemos ser parvos", disse Passos, num jantar comício com militantes em Bragança, onde foi explicar a nova atitude social-democrata de deixar de ser muleta do Governo socialista.
"Porque o PS não quis governar connosco, não quer governar connosco e todos os dias exalta e elogia os partidos de que depende no parlamento, apesar de saber que não pode contar com eles para daquilo que considera importante e relevante para o futuro. Isto é uma hipocrisia completa, é uma ópera-bufa no país", justificou o líder do PSD, defendendo que até agora Costa só se tem entendido com BE e PCP “para aprovar todas as medidas que são demagógicas, populares, simpáticas".
Ora, nesse quadro, o PSD não está disponível para ajudar a viabilizar as medidas que são mais impopulares.
"Depois, acha que a oposição tem de ser responsável, patriótica, para aprovar tudo o mais que se destina ou a compensar as consequências negativas do populismo e da demagogia ou a criar algumas condições de realismo político para futuro", disse Passos Coelho, explicando que António Costa vai ter de se habituar a resolver esses problemas sem a ajuda do PSD.
Para quem acha criticável que se adote esta posição sem ter em conta o mérito das propostas do Governo, o líder social-democrata diz que a esquerda tem tido atitude idêntica em relação ao PSD.
"[Se] é o PSD que apresenta, chumba. Ninguém está sequer a discutir o mérito das propostas e dos projetos", apontou Passos.