Ainda não foi desta que foi decidido o substituto de Matos Correia, que apresentou esta manhã a demissão da presidência da Comissão.
E também não foi desta que se ficou a saber quais serão as "consequências regimentais, jurídicas e políticas" que PSD e CDS anunciaram ontem querer tirar caso a esquerda inviabilizasse os seus requerimentos, como veio a acontecer.
"Aquilo que se passou é demasiado grave para que não se tirem ilações", limitou-se a dizer hoje Hugo Soares à saída da reunião.
"É responsabilidade de todos ponderar a continuidade dos trabalhos", frisou João Almeida, esperando que os trabalhos passem a decorrer "de forma substancialmente diferente" do que tem vindo a acontecer.
"O CDS já disse que não abandona os lugares a que tem direito pelas regras da democracia. Nós não abandonamos comissões", frisou João Almeida.
"Esperemos que o PSD e o CDS façam a sua reflexão de forma rápida", desejou o deputado do PS, João Paulo Correia, fazendo votos para que os trabalhos possam ser retomados "o mais brevemente possível".
"Toda a gente já percebeu que o PSD e o CDS não estão interessados no objeto desta Comissão", apontou o deputado do BE, Moisés Ferreira, que classifica como "mais um episódio de folhetim" a direita ter adiado os trabalhos.
"Está nas mãos do PSD decidir se quer continuar com a Comissão de Inquérito ou se não quer continuar com a Comissão de Inquérito. É tão simples como isso", afirmou o bloquista.
Miguel Tiago do PCP disse lamentar que a direita esteja "a transformar esta Comissão num circo".
A Comissão, que terminará no dia 26 de março, terá agora de escolher um novo presidente, uma vez que o vice-presidente que está agora em funções, Paulo Trigo Pereira, já disse estar apenas disponível para exercer esse cargo durante um período "razoável" e nunca até ao fim do mandato.
Por ser uma comissão potestativa requerida por PSD e CDS, terão de ser os sociais-democratas a indicar um novo presidente para a Comissão de Inquérito à CGD.