Fechou-se a 23.ª jornada da Liga. Sem surpresas nem mudanças na tabela o destaque passa para um campeonato individual onde são chamados a campo os salvadores de cada reino.
Há gregos, holandeses, portugueses, brasileiros e, a cada batalha que passa, uma coisa é certa: fazem do pé a arma e acertam sempre no alvo. Claro está, são eles os melhores marcadores da Liga. Mitroglou voltou a dar razões para os adeptos sorrirem por duas vezes, num só jogo. Desde o golo solitário diante dos alemães, na disputa da primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, que o jogador do Benfica tem estado no centro das atenções. Voltou a deixar a Luz de olhos em bico, apesar de continuar a descartar a possibilidade de rumar para a China. Mas voar mais alto para o Mitrogolo, como os adeptos gostam de o apelidar, é sempre uma meta para cumprir. Na recepção ao Chaves o ponta de lança encarnado só precisou de 17 minutos para exibir a sua veia goleadora, apesar de o conjunto flaviense ter entrado com a já habitual vontade de vencer.
Pressionante e organizada, a equipa visitante conseguiu ir para os balneários com um empate concretizado por Bressan, aos 44 minutos. Um susto para as águias, que tinham a segunda metade para inverter a situação. Rafa foi o responsável por devolver a vantagem à equipa da casa, ao apontar o segundo golo da época no campeonato, depois de se ter estreado a marcar com a camisola do Benfica no jogo frente ao Tondela, há cinco jornadas. A um minuto do fim do tempo regulamentar, Mitroglou foi o responsável por ‘matar’ o encontro.
Este é o terceiro bis da temporada para o grego, que já tinha conseguido a proeza contra o Braga e o Arouca, no estádio da Luz. Com seis golos nos últimos quatro jogos da Liga portuguesa, e nove nos últimos dez encontros, a conta pessoal do ‘salvador’ encarnado engordou dois golos e está agora, com 13 tiros certeiros, igualado no segundo posto desta competição individual com o jovem portista André Silva. Mas antes de passearmos pela Invicta, saltemos para o outro lado da 2.º circular, com direito a rugido holandês.
Bas(ta) ter Dost
A dúvida está há muito dissipada. Bas Dost fez esquecer Slimani e não há quem possa culpar o holandês pelo atual terceiro lugar dos leões. A deslocação à Amoreira bem podia ser uma dor de cabeça para o clube de Alvalade, que nunca venceu sem o capitão Adrien, afastado por lesão durante os próximo mês e meio. Recorde-se que, em outubro, o médio saiu mais cedo no encontro em Guimarães, onde os jogadores de Jorge Jesus cederam uma recuperação tardia (3-3), e falhou os dois jogos seguintes devido a uma lesão muscular.
Em ambas as jornadas, o Sporting empatou: 1-1 em casa com o Tondela e 0-0 na Choupana, no reduto do Nacional. Mas o Sporting com Dost continua a ter meio caminho feito. Bryan Ruiz inaugurou o marcador e foi o holandês a selar as contas em casa do Estoril. Desta vez não foi da cabeça do ponta de lança, de 1,96metros, mas sim da marca do castigo máximo que Dost consolidou a liderança da lista em questão. Com 20 jogos leva 18 golos e cinco ‘bis’ – mais dois que o colega do clube rival. Nas últimas dez jornadas regista… dez golos.
E, em jeito de curiosidade, há ainda a anotar que Dost converteu com sucesso o nono penálti da sua carreira. 100% de eficácia para o jogador do Sporting apesar da intervenção de Jorge Jesus no final do encontro. “Um jogador que nunca marcou um penálti na sua vida. Ele não queria marcar quando chegou ao Sporting. Dizia que não sabia”. Quem sabe não esquece e Dost provou-o. Por agora não há quem o ameaçe neste posto e a luta está entre águia e dragão. Com André Silva no banco, era a vez de Tiquinho Soares aproximar-se do colega de equipa e de Mitroglou. O ponta de lança começou a desenhar a sua história no Guimarães, onde fez sete golos, mas é no FC do Porto que não deixa passar um jogo sem abanar as redes do guardião adversário.
Estreia de sonho, em jogo grande. Clássico no dragão e Soares a bisar no primeiro jogo com a camisola azul e branca. Além do ‘show’, Tiquinho garantiu os três pontos para o plantel de Nuno Espírito Santo. Voltou a marcar no jogo seguinte contra o antigo clube e não deu espaço para o pé arrefecer. Na recepção ao Tondela voltou a festejar e no estádio do Bessa, dérbi em que o FC Porto precisava de triunfar para manter a distância mínima em relação ao Benfica, Soares agitou as bancadas aos sete minutos. Até ao intervalo não faltaram oportunidades para o Porto aumentar a vantagem pelo pé… de Soares, novamente. Com 12 golos na Liga, o recém-chegado de Guimarães fica, cada vez mais, perto do segundo lugar.
Num dérbi intenso, O FC Porto cumpriu o objetivo superior: vencer e voltar a colar-se aos encarnados. Mas a equipa do Bessa, como se esperava, nunca tornou a tarefa fácil.