A resposta só chegou por escrito em 2015, vinda do gabinete de Maria Luís, mas sem dados detalhados sobre transferências para paraísos fiscais, mas sim sobre saída de capitais para o estrangeiro.
"A resposta veio, mas veio ao lado", apontou o deputado Paulo Sá, sublinhando o facto de os dados fornecidos pela ministra das Finanças ser a prova de que Maria Luís Albuquerque "tinha conhecimento" dos valores que estavam em causa.
Paulo Sá considera que a informação foi "sonegada e recusada" aos deputados e quer saber por que motivo Paulo Núncio "quis esconder ao Parlamento" os dados sobre as transferências para offshores durante o anterior Governo.
"Também não tinha obrigação legal de responder aos deputados?", perguntou o deputado comunista Miguel Tiago, que quis saber se o anterior secretário de Estado dos Assuntos Fiscais não achou que o colapso do BES tornava mais permente essa análise estatística para evitar que o património do banco pudesse ser ocultado através de paraísos fiscais.
"Não achou relevante tomar medidas no âmbito da publicação das estatísticas com o colapso do BES?", questionou Miguel Tiago que acha que "não podemos aceitar que as transferências para offshores sejam vistas com absoluta naturalidade", uma vez que muitas vezes servem para ocultar operações de "financiamento ao terrorismo, branqueamento de capitais, fuga e evasão fiscal".
"São uma espécie de biombo através do qual os grupos capitalistas fazem tudo o que querem", afirmou Miguel Tiago.