E afirma estar convicto de que se vai acabar por provar que Pedro Passos Coelho estava a par da decisão de Paulo Núncio de não publicar as estatísticas sobre as transferências para paraísos fiscais entre 2011 e 2014.
"Não tarda que se saiba que o que a ministra das Finanças sabia o primeiro-ministro de então tinha de saber", disse Carlos César, que não poupou críticas à forma como o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais foi apresentando várias versões ao longo do desenrolar do caso.
O líder parlamentar do PS também não poupou nos ataques à forma como Pedro Passos Coelho veio defender o governador de Banco de Portugal depois de a SIC relevar que Carlos Costa ignorou vários sinais claros de que a derrocada do BES estava para acontecer.
"Não me admira que defenda [Carlos Costa]", apontou César, que acha que isso se explica por "as falhas da supervisão e da regulação foram em segunda instância falhas dele próprio", ou seja, de Passos Coelho.
"Não é falta de cultura democrática reiterar o entendimento de que o Banco de Portugal não agiu atempadamente. As palavras são para usar. Essa foi a realidade e a realidade não pode ser escondida", defendeu Carlos César, criticando a forma como o líder do PSD tem "desconsiderado" não só o primeiro-ministro, mas também o presidente da Assembleia da República e até o Presidente da República.
Agora que no PSD começa a surgir o discurso da "asfixia democrática" que estará a ser levada a cabo pela esquerda em relação a figuras como Carlos Costa ou Teodora Cardoso, Carlos César lembra a forma como Passos sugeriu que deviam ser mudados os juizes do Tribunal Constitucional que tinham decidido contrariamente às medidas do Governo.
"Onde estavam esses cuidados da parte do líder do PSD quando insultou o Tribunal Constitucional? Isso é que é falta de cultura democrática", denunciou César.