A revelação é feita hoje pelo jornal online Eco, segundo o qual o BES e o banco que ficou com os seus ativos não tóxicos são responsáveis por 88% dos dez mil milhões de euros que foram declarados pelos bancos mas que não migraram corretamente do Portal das Finanças para o sistema central informático.
Segundo o jornal, estes 88% correspondem a 8.580,8 milhões de euros.
Serão valores reportados numa declaração entregue em 2014 e duas em 2015 – referentes a transferências feitas no ano anterior – é uma declaração de substituição entregue já em 2016 referente a 2012.
Até agora, o Ministério das Finanças tem recusado confirmar estas informações que têm vindo a público, alegando sigilo bancário.
No entanto, o facto de a maioria das transferências ter ocorrido em 2014, ano do colapso do BES, e de 97% das transferências para o Panamá – o offshore mais usado pelo GES – têm levado os deputados a levantar a questão de saber se houve ocultação de capitais com intuito de fugir a credores.
O assunto deverá fazer parte das audições que a Comissão de Orçamento e Finanças já deliberou fazer aos ex-ministros de Passos Coelho, Vitor Gaspar e Maria Luís Albuquerque.