De acordo com o responsável humanitário da organização é necessária uma mobilização, urgente, de fundos – 4 mil milhões de euros até julho – para “evitar uma catástrofe” no nordeste da Nigéria, Somália, Sudão do Sul e Iémen.
“Caso contrário, é provável que muitas pessoas morram de fome, as formas de subsistência serão perdidas e as melhorias políticas, difíceis de conseguir nos últimos anos, serão revertidas”, avisou Stephen O’Brien.
“Sem esforços globais colectivos e coordenados, as pessoas vão morrer à fome. Muitos mais irão sofrer e morrer de doença. As formas de vida, futuro e esperança serão perdidos”, acrescentou o responsável da organização liderada por António Guterres.
O’Brien diz que o Iémen “é maior crise humanitária do mundo”, com dois terços da população -18,8 milhões de pessoas (três milhões mais que em janeiro) – a precisarem de assistência e sete milhões sem acesso a comida.
Desde 2015 que o Iémen, o país árabe mais pobre, está numa guerra civil que já matou quase 7500 pessoas e feriu 40000. Segundo o’Brien, são precisos 2 mil milhões de euros este ano para acudir aos milhões de pessoas que precisam de ajuda para sobrevier. Até agora só foi reunido 6% deste valor.
Stephen O’Brien, à agência AFP, diz que a situação no Sudão do Sul é “a pior de sempre” e que mais de 7,5 milhões de pessoas precisam de ajuda. Este é um aumento de 1,4 milhões por comparação com 2016, a que se juntam mais de 3,4 milhões de deslocados, incluindo 200 mil que fugiram do Sudão Sul só desde janeiro.
Na Somália, mais de metade da população de 6,2 milhões precisa de ajuda e protecção humanitária, incluindo os 2,9 millhões em risco de fome. Quase um milhão de crianças com menos de cinco anos estarão em “subnutrição severa” este ano.
No Nordeste da Nigéria há 10,7 milhões de pessoas a precisar de ajuda humanitária, 7,1 milhões das quais com uma “insegurança alimentar grave”. A crise nesta região foi desencadeada pelo crescimento do grupo terrorista Boko Haram desde 2009, para além da má gestão pública e alterações climatéricas.