"É urgente apurar as responsabilidades políticas, pelo que iremos chamar Paulo Núncio e Paulo Ralha [presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Impostos] ao Parlamento", revela um comunicado do PS.
Nesta nota, assinada pelo deputado socialista João Paulo Correia e citada pela agência Lusa, lê-se que "o Grupo Parlamentar do PS vai voltar a chamar ao parlamento o ex-secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo Núncio, na sequência das notícias vindas a público – e não desmentidas”.
De acordo com o comunicado do PS “quando Paulo Núncio foi ouvido na Comissão Parlamentar de Finanças e Modernização Administrativa (COFMA) não revelou nenhuma destas informações”
Assim, justifica o partido, “o PS considera imprescindível clarificar esta situação, uma vez que as estatísticas não foram publicadas pela Autoridade Tributária precisamente na altura em que as transferências foram efetuadas através da empresa petrolífera".
O jornal electrónico Observador noticiou que Paulo Núncio foi advogado durante três anos da empresa petrolífera venezuelana PDVSA, uma das principais protagonistas da saída de dez mil milhões de euros para o Panamá, que está na base da polémica das offshores.
O antigo governante fez parte da equipa do escritório de advogados Garrigues que trabalhou com o braço da petrolífera na Europa (PDV Europe) entre 2008 e 2010. Paulo Núncio estava no Governo quando as transferências da petrolífera foram feitas (e comunicadas pelo BES) mas não registadas pela Autoridade Tributária entre 2012 e 2014.
De acordo com uma outra notícia do Jornal Económico as receitas da petrolífera terão sido uma parte substancial dos 7,8 mil milhões de euros de transferências que saíram do BES e tiveram como destino aquele paraíso fiscal.