O assunto deu polémica na Comissão de Orçamento e Finanças desta quarta-feira. Os sociais-democratas viram o seu requerimento aprovado pela esquerda, mas não gostaram de ver PS, BE e PCP a juntarem a esse pedido, num mesmo estudo, uma comparação com as consequências que teria o Governo de Costa não ter alterado as condições de pagamento do empréstimo de 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução em prazo e juros.
Inconformados com a ideia de pedir à UTAO para juntar numa mesma análise os dois cenários, os sociais-democratas abandonaram a Comissão, deixando sem quórum a reunião.
Por isso, não foi possível ainda votar o requerimento oral, entretanto, apresentado pelo PCP precisamente para pedir esse estudo à UTAO.
PCP faz pedido que concilia posições do PS e do PSD
Mas, entretanto, o PCP passou a escrito o seu requerimento e já garantiu o apoio do PS para o aprovar numa próxima reunião da Comissão de Orçamento e Finanças.
Graças a isso, os comunistas vão pedir à UTAO para que faça "o cálculo do valor atual do fluxo de pagamento decorrente das novas condições do empréstimo (após 21 de março de 2017), o cálculo do valor atual do fluxo resultante das condições vigentes antes desta renegociação", mas que faça também "a comparação entre ambos os valores atuais e, simultaneamente, a avaliação das condições do pagamento do empréstimo e a análise da viabilidade do seu pagamento, nos vários cenários".
Para o PSD, o alargamento do prazo de pagamento do empréstimo concedido pelo Estado aos bancos através do Fundo de Resolução constitui um "perdão de centenas de milhões de euros".
No entanto, no PS acredita-se que sem estas novas condições havia o risco de os bancos não conseguirem cumprir o prazo de pagamento dos 3,9 mil milhões de euros este ano mantendo os rácios de capital exigidos. Caso isso acontecesse, as consequências para a solvabilidade dos bancos seria grande.
A análise da UTAO servirá agora para perceber de que lado estará a razão.