Carreiras mais longas: Costa assume que vai fasear medidas

Catarina Martins aproveitou a deixa de António Costa ter dito que o objetivo era acabar com as penalizações nas reformas para quem começou a trabalhar na infância para tentar obter um compromisso já para este ano. O primeiro-ministro não se comprometeu, porém, com a reposição do que considera uma medida de justiça para já

"Cumpriremos sempre, por ventura tendo de fasear", respondeu António Costa, lembrando que é preciso compatibilizar o objetivo de justiça para com aqueles que começaram a fazer descontos para a Segurança Social aos 14 anos com o de manter a sustentabilidade do sistema.

"Cada dia que passa é um dia em que estamos a falhar às pessoas", frisou a coordenadora do BE, explicando que ponto de partida dos bloquistas para a negociação é o do "direito à reforma aos 60 anos sem penalizações a quem começou a trabalhar aos 16 anos".

"Estamos abertos a negociar soluções", afirmou Catarina Martins, que insiste na ideia de avançar já no fim das penalizações da reforma de quem tem 40 anos de descontos, encontrando para o compensar outras fontes de receita alternativas para a Segurança Social.

Costa frisou, aliás, que tem de ser encontrada "uma solução que não comprometa a sustentabilidade futura do país", explicando que quem começou a trabalhar aos 16 anos e ganhou 500 euros, reformando-se aos 60 anos tem ainda 23 anos de vida e "deixaria a descoberto cerca 29.678 euros" a descoberto na Segurança Social, passando este valor para os 55.973 euros caso a pessoa tenha um salário de mil euros.

"2017 é só o primeiro ano das nossas vidas", diz Costa

"Temos de arranjar uma forma de poder compatibilizar aquilo que é preciso compatibilizar", apontou Costa, que também prometeu avançar no aumento da progressividade do IRS em 2018.

O primeiro-ministro aponta também aí para uma reposição faseada do "enorme aumento de impostos" levado a cabo durante o Governo de Passos Coelho.

"2017 é só o primeiro ano das nossas vidas", avisou Costa, que já deu sinais de querer continuar a negociar à esquerda, numa altura em que as sondagens mostram que pode sonhar com a maioria absoluta nas próximas legislativas.