António Costa era criança quando se deu o 25 de Abril. A mãe, a jornalista Maria Antónia Palla, saiu para a rua para trabalhar. E o pequeno António ficou fechado em casa de uma amiga, a acompanhar à distância os ecos da revolução. Só dia seguinte, "dia de liberdade" pôde viver nas ruas o ar do regime democrático que tinha acabado de nascer.
“[A minha mãe] deixou-me em casa de uma amiga, onde fiquei fechado o dia todo, infelizmente”, respondeu a uma jornalista, lembrando que naquela época a mãe era colega de profissão de quem agora pergunta.
“Dia 26 já foi dia de liberdade, já pude ir para a rua", recordou o primeiro-ministro, que não quis comentar o discurso do Presidente da República.
“O Governo não dá notas aos Presidentes, ouve com atenção e a relação tem sido franca e leal, de ambas as partes", justificou Costa, que ainda assim reagiu ao pedido de mais crescimento feito por Marcelo Rebelo de Sousa no seu discurso na sessão solene do 25 de Abril no Parlamento.
“As metas que o Governo tem fixado são as que se encaminham para aquilo que já conseguimos: trajetória de convergência para União Europeia [UE] e crescimento”, declarou António Costa, que deixou um recado a Marcelo.
“Todos os dias trabalhamos para isso”, garantiu em jeito de resposta ao Presidente.
Sobre o que teria dito se falasse no Parlamento para assinalar a data, o primeiro-ministro garantiu que não é esse o seu papel.
“O primeiro-ministro, na Assembleia da República, só ouve os discursos do 25 de Abril", vincou António Costa.