Pedro Passos Coelho já tinha dito numa entrevista à SIC estar desconfortável com o que considera ser um ataque do Governo à independência do órgão liderado por Teodoa Cardoso. Agora, trouxe a nomeação de dois novos elementos para Conselho de Finanças públicas para o debate quinzenal, para pedir explicações ao primeiro-ministro sobre os motivos que o fizeram recusar os nomes indicados pelo Banco de Portugal (BdP) e pelo Tribunal de Contas, recordando que Costa "fê-lo sem qualquer justificação".
Mas António Costa não respondeu à pergunta, apesar da insistência do líder da oposição e do acesso de debate que esta questão suscitou, com apartes inflamados das várias bancadas.
Costa entende que cabe ao Governo determinar quem tem ou não condições para assumir o cargo e limitou-se a dizer que os nomes indicados não correspondiam ao perfil pretendido.
O primeiro-ministro assumiu ter entendido que os nomes "não reuniam o perfil para as funções". Começou por entender não ter de formalizar essa posição, mas acabou por o fazer perante o incómodo tornado público de Teodora Cardoso.
"Vi-me então forçado a formalizar o que tinha sido discretamente indicado", explicou, dizendo que o Governo agora aguarda que "seja feita nova proposta".
"As razões eu darei ao senhor presidente do BdP se algum dia me perguntar porquê e ao senhor presidente do Tribunal de Contas se alguma vez me perguntar porquê", disse Costa, sob um coro de protestos dos sociais-democratas, que acham que o Governo está por lei obrigado a dar explicações sobre este tema ao Parlamento.
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