O banqueiro assegura, mais uma vez, que impôs como condições não estar sujeito ao estatuto do gestor público e à entrega de declarações de rendimentos.
António Domingues confirmou hoje que entregou uma carta a Mário Centeno com vários documentos em anexo, entre os quais propostas de alteração ao estatuto dos gestores públicos e aos estatutos da CGD.
"Quis que isso ficasse escrito para que não houvesse nenhuma dúvida", explicou Domingues aos deputados na comissão de inquérito à recapitalização da CGD.
"Não aceito ir para a CGD se for com o estatuto de gestor público. Não aceito disso. Entendo que o estatuto dos gestores públicos é limitativo", terá dito então Domingues a Mário Centeno e Mourinho Félix numa primeira reunião para o sondar para liderar a Caixa.
Domingues explicou que não conhecia nem o ministro das Finanças nem o secretário de Estado e que o convite o apanhou de surpresa.
O banqueiro assegurou mesmo que não tinha qualquer "motivação" para sair da sua "vida confortável" e que só o fez depois de ter garantias do Governo de que os seus termos eram respeitados.
O compromisso era não são relativo às regras a que a sua administração teria de se sujeitar, mas também que a recapitalização seria feita sem ser considerada ajudas de Estado.
Para assegurar isso, António Domingues teve reuniões prévias com o BCE, a DGCom e o governador do Banco de Portugal.
Nesses encontros, Domingues conseguiu a garantia de que a capitalização seria feita sem ser considerada ajudas de Estado. Algo essencial para que o banco não tivesse de ser alvo de uma resolução como chegou a ser uma possibilidade.
O que não terá sido problema foi o regime de remunerações que estava em vigor na CGD. "O problema dos salários nem sequer é um problema", disse na altura a Centeno.