A distrital social-democrata de Lisboa vetou a recandidatura de Daniel Gonçalves à junta de freguesia das Avenidas Novas e o seu filho, Rodrigo Gonçalves, que é presidente interino da concelhia, reagiu de forma dura.
"Pedro Passos Coelho não só está a perseguir os seus opositores ou aqueles que têm ideias diferentes", afirma Rodrigo Gonçalves á Sábado, e acrescenta: "vai mais longe: persegue também os seus familiares".
Rodrigo Gonçalves disse que o veto se fica a dever "ao facto [de o próprio] não seguir a linha política de Passos Coelho" e de se "opor à sua liderança". O presidente da concelhia – que ocupará o cargo, deixado vago por Mauro Xavier, até às autárquicas – vê com mágoa toda a situação e acusa o líder do partido de seguir uma “linha estalinista” em todo o processo autárquico.
"Quer anular todos aqueles que pensam de maneira diferente, mas pior do que isso é que podia opor-se a mim, mas preferiu perseguir o meu pai", sublinhou Rodrigo Gonçalves.
O responsável da concelhia fez ainda saber que "enquanto a atual linha estiver a ser seguida" não será candidato a qualquer cargo no poder local.
Gonçalves acusa o atual presidente do PSD de ter memória curta e recordou o momento em que Manuela Ferreira Leite, à altura líder, de ter vetado o nome do Passos Coelho para deputado.
"Cometeu exatamente o mesmo erro, esquecendo-se das lições que devia ter tirado e esquecendo-se, principalmente, que foi exatamente nesse momento que começou a mudar o ciclo político interno no PSD”, afirmou à Sábado.
De sublinhar que este tom de crítica entre a concelhia social-democrata de Lisboa e a liderança do partido não é de agora, tendo surgido no inicio do processo autárquico. O próprio Rodrigo Gonçalves chegou a presidente do órgão após Mauro Xavier ter abandonado o cargo em rutura com a estrutura nacional. Passos Coelho terá escolhido Teresa Leal Coelho para concorrer em Lisboa, sem ter ouvido a concelhia.