Figura da semana: Bruno de Carvalho. Um pirómano que gosta de deitar fumo para os olhos dos outros

Veste a pele de justiceiro, dispara em todas as direções, mas acaba por cair no ridículo. O presidente do Sporting ainda não percebeu que os adeptos são uma coisa e os dirigentes são outra…

Figura da semana: Bruno de Carvalho. Um pirómano que gosta de deitar fumo para os olhos dos outros

Quando se pensava que já nada nos poderia surpreender, eis que Bruno de Carvalho se reinventa e proporciona um dos momentos mais hilariantes da televisão portuguesa numa entrevista ao canal do clube. Nada como dar uma vista de olhos pelas imagens da Sporting TV para perceber que o presidente do clube leonino tem tanto sentido de responsabilidade como um elefante numa loja de porcelana. O populismo tem limites e Bruno de Carvalho desconhece-os por completo. Ameaçar comentadores que lhes dá pontapés no rabo e que os fará chorar está ao melhor nível do maior arruaceiro das claques. Para o líder leonino tudo serve para dar espetáculo e é bom que se mantenha por muitos anos no cargo, pois as suas semelhanças com outro justiceiro que passou pelo mundo da bola, mas do outro lado da Segunda Circular, são cada vez mais evidentes. E sabemos como acabou…

Tudo não passaria de um problema do Sporting e dos seus adeptos se Bruno de Carvalho não fosse um péssimo exemplo para aqueles que o veem ou ouvem. Os constantes apelos à violência, mais ou menos camuflados, não auguram nada de bom. Num mundo, o do futebol, onde as emoções se sobrepõem à razão, Bruno é um verdadeiro pirómano.

Desde que chegou à liderança do clube, conseguiu, é bom que se diga, entrar no campeonato dos grandes, leia-se Benfica e FC Porto, e a contratação de Jorge Jesus para treinador do clube foi uma jogada de mestre. Bruno de Carvalho mexeu com o emblema de Alvalade e a equipa, regra geral, tem lutado por vitórias.

Tirando esse facto, quase tudo tem sido uma pequena desgraça. Despede pessoas que depois enxovalha na praça pública, goza com os seus jogadores e entra constantemente em conflito com Jorge Jesus, o homem que lhe poderá dar algumas alegrias. Não é por acaso que alguns jogadores, segundo o que se escreveu, estiveram quase a chegar a vias de facto com o presidente do clube.

Bruno de Carvalho deve pensar que uma instituição com tantos anos passou a ser uma empresa sua, o que como sabemos não é verdade – e ainda bem para o futebol nacional. Mas o Sporting irá aprender por experiência própria como é perigoso entrar em demagogia pura e dura. Atirar areia para os olhos dos outros tem um efeito muito curto. A forma como se referiu a William Carvalho e ao pai deste, a propósito de mais uma transferência gorada, foi patética. Tudo num ano em que o clube parece lançado para as vitórias e que precisa de estabilidade e segurança. Mas isso é com os sócios do Sporting…