Comprar ou arrendar casa? Essa é uma dúvida que persiste junto de muitos portugueses e a resposta não é fácil e ganha outra dimensão com os atuais preços que são praticados no mercado imobiliário principalmente nos grandes centros urbanos.
A verdade é que os preços das casas não param de subir no mercado nacional e a tendência é para continuarem a aumentar. O valor médio do imobiliário em Portugal subiu 7,1% no ano passado, o que traduz um aumento de 6% dos preços do setor em cima de uma inflação geral da economia de 1,1%. Estes dados mostram que esta subida de 7,1% é a quarta maior do euro.
E a tendência é para se manter este ritmo de crescimento, fazendo soar alarmes a quem está à procura de casa, uma vez que é confrontado com valores quase absurdos. A explicação para esse fenómeno é simples: há cada vez menos casas à venda e cada vez mais pessoas a querer adquirir um imóvel – portanto, a balança está desequilibrada. Resultado: os preços sobem.
E essa balança desequilibrada acaba por afetar também quem procura um imóvel para arrendar. O Portal Nacional fez um estudo e concluiu que o preço médio de um apartamento para arrendar em Lisboa é de 1458 euros por mês, numa amostra de 1413 imóveis disponíveis. Já o preço médio mínimo em Lisboa é de 679 euros por apartamento.
Face a estes valores qual a melhor solução? A verdade é que, apesar da compra, parecer uma ideia tentadora, nem sempre compensa principalmente para quem está a pensar em vender o imóvel daqui a três anos ou para quem tem a noção de que a sua vida vai mudar a curto prazo – nestes casos é preferível optar pelo arrendamento. A explicação é simples: por vezes a renda é mais elevada do que a prestação a pagar ao banco, só que os portugueses esquecem-se dos juros e impostos que têm de pagar, e se somarmos isso tudo para um período de três anos verificamos que é mais compensador pagar a renda mensal, pois não contempla mais nenhum custo além da renda mensal.
Mas a par do valor também há que contar com a questão psicológica. Muitos portugueses valorizam a segurança da compra: findo o contrato de crédito há a garantia de que a casa passa para as suas mãos. Já no arrendamento, apesar dos direitos de renovação, o inquilino pode, um dia, ser convidado a sair pelo senhorio. Além disso, por mais rendas que pague, nunca será proprietário do imóvel.
Há ainda que ter outros fatores em conta. Por exemplo, o arrendamento pode ser a solução ideal para quem está em início de carreira, pretende sair de casa dos pais ou para quem não tem rendimentos para comprar. Também a mobilidade é apontada como uma das vantagens desta opção. Ou seja, permite mudar de casa com facilidade dada a duração dos contratos e não precisa de esperar por um bom negócio para vender, como ocorre com os proprietários.
Há outros critérios a ter em conta para tomar a melhor decisão. No caso do arrendamento precisa de pagar a renda mensalmente – inicialmente terá de pagar uma renda como adiantamento que serve de caução – e o valor das obras, consoante o que for acordado com o senhorio. Já no caso da compra terá, na maioria dos casos, de recorrer a um empréstimo bancário e geralmente as instituições financeiras não concedem empréstimos pelo valor total de compra ou avaliação.