A solução de governo parece ter acabado com muitos ódios históricos – aquele antigo entre socialistas e comunistas, por exemplo – mas não conseguiu rebentar com um mal-estar que tem 18 anos, o tempo de vida Bloco de Esquerda, que nasceu com dissidentes do PCP e que desde o primeiro dia foi atacado pelo velho partido.
No arranque da campanha oficial para as eleições de 1 de outubro, Catarina Martins fez um acusação dura ao poder autárquico – onde o PCP é forte e o Bloco inexistente. Depois da líder bloquista, na segunda-feira à noite, se ter mostrado “absolutamente chocada” com a alegada inoperância das autarquias face ao poder central – aliás, Catarina acusou o poder local de “silêncio cúmplice” perante a degradação dos serviços públicos – Jerónimo veio responder, no seu estilo inconfundível.
Recorrendo como sempre a fábulas ou adágios populares e, como quase sempre, à palavra bruta contra o Bloco de Esquerda – é lembrar quando o secretário-geral do PCP se referiu “às candidatas engraçadinhas” do BE – Jerónimo disse: “Aos que por ignorância ou verbalismo atiram pedras para o ar, podemos assegurar que os eleitos da CDU nunca faltaram, em maioria ou minoria, à defesa dos interesses dos trabalhadores e das populações”. O alvo “ignorante” era naturalmente Catarina Martins. Mas o líder comunista foi mais longe, para o caso de restarem dúvidas, e devolveu o mimo ridicularizando o facto do Bloco de Esquerda não ter qualquer relevância autárquica, ao contrário dos comunistas.
“Eles têm um pouco a síndroma da raposa, que vê um cacho de uvas, salta três vezes e não as apanha. Então, vira-se de costas, de forma desdenhosa, e diz: ‘Estão verdes, não prestam’. É a mesma concepção que têm em relação às autarquias”, disse Jerónimo, trazendo La Fontaine para a campanha.
Evidentemente, o secretário-geral do PCP fez um grande elogio aos predicados de “trabalho, honestidade e competência” dos autarcas eleitos pela CDU e atacou novamente o Bloco de Esquerda, referindo-se ao partido com quem partilha o apoio ao governo como “esses concorrentes” que “vêm atacar as autarquias”: “O pior cego é o que não quer ver”.
Catarina Martins estava na Marinha Grande, concelho onde o PS ganhou as eleições de 2013 mas que tem dois vereadores da CDU no executivo camarário, quando decidiu fazer a crítica duríssima ao poder autárquico.
“Fico absolutamente chocada com o silêncio das autarquias durante anos e anos enquanto as suas populações viam ser degradados os serviços que lhes dão apoio (…) Esse silêncio foi um silêncio cúmplice da destruição dos serviços públicos e é também para mudar este estado de coisas que o Bloco de Esquerda se apresenta às eleições autárquicas, disse Catarina Martins, num comício da Marinha Grande.
A líder do Bloco generalizou, efetivamente, mostrando-se perplexa com a maneira “como os poderes autárquicos, um pouco por todo o país, na generalidade dos casos, se calaram enquanto as condições de acesso à educação, à saúde, à cultura, às condições ambientais em cada uma das comunidades se foi degradando”. Em 2013, o Bloco não conseguiu obter nenhuma câmara e teve 2,42%, que corresponde a 120.982 votos. O PCP teve um dos seus melhores resultados dos últimos anos: 11,06%, equivalente a 552.690 votos.ão de governo parece ter acabado com muitos ódios históricos – aquele antigo entre socialistas e comunistas, por exemplo – mas não conseguiu rebentar com um mal-estar que tem 18 anos, o tempo de vida Bloco de Esquerda, que nasceu com dissidentes do PCP e que desde o primeiro dia foi atacado pelo velho partido.
No arranque da campanha oficial para as eleições de 1 de outubro, Catarina Martins fez um acusação dura ao poder autárquico – onde o PCP é forte e o Bloco inexistente. Depois da líder bloquista, na segunda-feira à noite, se ter mostrado “absolutamente chocada” com a alegada inoperância das autarquias face ao poder central – aliás, Catarina acusou o poder local de “silêncio cúmplice” perante a degradação dos serviços públicos – Jerónimo veio responder, no seu estilo inconfundível.
Recorrendo como sempre a fábulas ou adágios populares e, como quase sempre, à palavra bruta contra o Bloco de Esquerda – é lembrar quando o secretário-geral do PCP se referiu “às candidatas engraçadinhas” do BE – Jerónimo disse: “Aos que por ignorância ou verbalismo atiram pedras para o ar, podemos assegurar que os eleitos da CDU nunca faltaram, em maioria ou minoria, à defesa dos interesses dos trabalhadores e das populações”. O alvo “ignorante” era naturalmente Catarina Martins. Mas o líder comunista foi mais longe, para o caso de restarem dúvidas, e devolveu o mimo ridicularizando o facto do Bloco de Esquerda não ter qualquer relevância autárquica, ao contrário dos comunistas.
“Eles têm um pouco a síndroma da raposa, que vê um cacho de uvas, salta três vezes e não as apanha. Então, vira-se de costas, de forma desdenhosa, e diz: ‘Estão verdes, não prestam’. É a mesma concepção que têm em relação às autarquias”, disse Jerónimo, trazendo La Fontaine para a campanha.
Evidentemente, o secretário-geral do PCP fez um grande elogio aos predicados de “trabalho, honestidade e competência” dos autarcas eleitos pela CDU e atacou novamente o Bloco de Esquerda, referindo-se ao partido com quem partilha o apoio ao governo como “esses concorrentes” que “vêm atacar as autarquias”: “O pior cego é o que não quer ver”.
Catarina Martins estava na Marinha Grande, concelho onde o PS ganhou as eleições de 2013 mas que tem dois vereadores da CDU no executivo camarário, quando decidiu fazer a crítica duríssima ao poder autárquico.
“Fico absolutamente chocada com o silêncio das autarquias durante anos e anos enquanto as suas populações viam ser degradados os serviços que lhes dão apoio (…) Esse silêncio foi um silêncio cúmplice da destruição dos serviços públicos e é também para mudar este estado de coisas que o Bloco de Esquerda se apresenta às eleições autárquicas, disse Catarina Martins, num comício da Marinha Grande.
A líder do Bloco generalizou, efetivamente, mostrando-se perplexa com a maneira “como os poderes autárquicos, um pouco por todo o país, na generalidade dos casos, se calaram enquanto as condições de acesso à educação, à saúde, à cultura, às condições ambientais em cada uma das comunidades se foi degradando”. Em 2013, o Bloco não conseguiu obter nenhuma câmara e teve 2,42%, que corresponde a 120.982 votos. O PCP teve um dos seus melhores resultados dos últimos anos: 11,06%, equivalente a 552.690 votos.