A resposta é: "o papel da [Santa Casa da] Misericórdia no sistema económico e financeiro português". Foi assim que Marcelo Rebelo de Sousa explicou o tão controverso encontro com Pedro Santana Lopes, que está a ser apontado como possível candidato à liderança do PSD.
O presidente explicou em declarações aos jornalistas que o encontro com o ex-primeiro-ministro estava já marcado "há cerca de um mês" e que não se relaciona com as notícias atuais. "O objetivo era, obviamente, falar de um tema que tem a ver com o cargo que desempenha, só isso", disse Marcelo Rebelo de Sousa no final de uma cerimónia no Museu João de Deus, em Lisboa. "Falámos do sistema financeiro português", rematou o presidente.
Para além da reunião com o Provedor da Santa Casa, Marcelo mandou ainda recados ao atual governo defendendo o quão importante é, "e agora mais do que nunca, que a legislatura se cumpra, que o governo seja forte e mude aquilo que tem de mudar, isto é, tenha um espírito reformista, e que a oposição seja forte e se constitua como alternativa de governo", disse o chefe de Estado.
Sobre os resultados autárquicos e a saída de Pedro Passos Coelho, Marcelo nada disse. Apenas reafirmou que deve existir "de um lado, um poder político forte e, do outro lado, uma oposição igualmente forte, em condições de poder substituir, se for essa a vontade dos portugueses, quem está no governo em 2019".
No entanto, até às eleições legislativas ainda faltam dois anos e o Orçamento do Estado (OE) é a próxima preocupação da atualidade política. Sobre isso, o presidente mostra-se confiante ao afirmar que "aquilo que eu retirei da audição dos partidos é que vai haver OE, no prazo previsto, e não haverá portanto nem solavancos nem crises a propósito do OE na política portuguesa".
As reuniões com os partidos representados no parlamento e parceiros económicos e sociais terminaram hoje com o encontro entre o presidente e a UGT que estava agendado para as 19h, depois das declarações de Marcelo.
O presidente mostrou não estar "preocupado com a hipótese de não haver OE" e ressalva que o documento só deverá chegar ao Palácio de Belém em dezembro. Até lá, é "esperar para ver qual é o conteúdo do Orçamento antes de avançar para a sua promulgação", explica Marcelo