Mário Centeno recebeu durante o debate quinzenal com o primeiro-ministro os parabéns pela nomeação para a presidência do Eurogrupo. Catarina Martins aproveitou a intervenção para criticar o organismo "onde manda a Alemanha".
"A união monetária está a criar divergência em vez de convergência", afirmou Catarina Martins lembrando que o Eurogrupo "atacou a Grécia" durante a crise económica e os países do Sul. Segundo a líder do Bloco de Esquerda, a nomeação do ministros significa que Centeno "reconhece que países como Portugal fiquem cada vez mais pobres e que a distância de países como a Alemanha é cada vez maior", reforçando "que o país perde cada vez mais".
António Costa tentou descansar os parceiros do acordo parlamentar: "Não esquecemos nada do que disse, por isso é que é importante. Não esquecemos o que foi dito sobre os países do sul, a forma como tratou a Grécia. Apresentámos uma candidatura porque não esquecemos, sabemos que é necessário fazer diferente", disse o primeiro-ministro, acrescentando que "numa união a 19 ninguém pode dizer o resultado final, mas quem não vai a jogo perde a partida, e nós fomos a jogo".
Sobre o impacto da Alemanha no Eurogrupo, Costa recusou-se a assumir a acusação de Catarina Martins de que "na Europa dos 19 só um é que manda", dizendo que esta perspetiva é "derrotista". A presença de Centeno no organismo europeu terá como objetivo a luta pelo "Euro que queremos, o Euro que merecemos e que a Europa precisa", disse António Costa.
O PEV recusou-se também a dar os parabéns ao ministro. Heloísa Apolónia afirmou não felicitar Centeno porque Os Verdes estão "muito preocupados que esta eleição pode significar uma submissão de Portugal à União Europeia". Costa, respondendo em nome do ministro que não pode intervir no debate quinzenal, citou o que Centeno disse no dia da eleição: "Para Portugal não muda nada", relembrando que irão "manter a trajetória" com base nos "compromissos que assumimos com os portugueses, com os nossos parceiros parlamentares e com os parceiros europeus".
"Não estamos nem mais nem menos sujeitos às regras que estávamos anteriormente e iremos continuar a cumpri-las como temos cumprido até agora", reforçou António Costa.