Marcelo avisa o governo que os portugueses querem “estabilidade”

O Presidente da República alertou que não se deve correr o “riscos de aventuras” com a Autoeuropa

Durante o tradicional momento em que governo dá as boas festas ao Presidente da República, Marcelo aproveito o discurso para deixar alguns avisos ao Executivo sobre o que os portugueses querem. 

"O povo português quis, ao longo do ano, estabilidade" afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no discurso. Estabilidade política, com uma "área da governação forte e uma oposição forte", financeira, ao nível do défice e da dívida pública, e social. No caso da estabilidade social, o Chefe de Estado direcionou a crítica para a situação da Autoeuropa. "[Os portugueses] percebem que há empresas que, pela sua importância, pelo seu poder, pelo relevo na área em que atuam, pelo emprego que envolvem" são "empresa em que seja importante que haja paz social". Para Marcelo, não se pode correr "riscos de aventuras" uma vez que "pode afetar o clima que os portugueses acham que é bom". 

O Chefe de Estado criticou ainda quem está no governo por "glória pessoal", "carreira" e "promoção económica, social ou pessoal", lembrando que "tudo isto é secundário perante o serviço aos portugueses" e que no ano de 2018 possam "continuar a responder às legítimas expectativas dos portugueses porque é por isso que aqui estamos". 

"Como foi importante o povo português sentir que todos nós, os que temos responsabilidade política, estamos próximos deles", elogiou Marcelo, lembrando que "aquilo que mais encontramos, infelizmente, em muitos sistemas políticos é a quebra dessa ligação", entre o governo e a população. Uma quebra que resulta em "fenómenos de contestação pela contestação, avulsa, fora do sistema". 

Em balanço do ano, Marcelo afirmou que "2017, nas relações entre o Presidente da República e o governo, correu bem" e que "a grande conquista deste ano é a forma como o povo português, demonstrando uma grande sensatez, percebeu as grandes linhas do comportamento coletivo".