O mercado de comida para cães e gatos não para de crescer. De acordo com o estudo da Nielsen, o mercado da comida para cão em Portugal cresceu 2% entre setembro de 2016 e o mesmo mês de 2017, para 107,7 milhões de euros, enquanto o dos alimentos para gato aumentou 7% para 97,1 milhões de euros. Feitas as contas, dá 200 milhões por ano.
De acordo com o mesmo estudo, também foi registado um acréscimo no volume dos alimentos comercializados, tanto no caso dos cães (aumento de 1% para 86,4 milhões de quilos) como dos gatos (mais 6% para 36,2 milhões de quilos). A gestora de clientes da Nielsen, Maria Ana Góis, indica que o gasto médio no país com comida para cão é de cerca de 5,19 euros por compra, enquanto nos alimentos para gato este montante ronda os 4,40 euros.
Ainda assim, a responsável nota que “existem embalagens maiores e mais pesadas” para cão, o que “diminui a frequência de compra”, que é de dez vezes ao ano em cão e de 18 vezes por ano em gato.
A verdade é que este aumento é fácil de explicar. De acordo com o estudo da GfK, estima-se que globalmente, e em média, os gastos com os animais de estimação rondem os 12% do total do orçamento familiar dos portugueses com animais de estimação em casa, sendo a alimentação e a saúde as principais preocupações dos donos.
Segundo a mesma análise, mais de dois milhões de lares portugueses (56%) possuem pelo menos um animal de estimação, o que reflete um crescimento de 11 pontos percentuais face a 2011.
O aumento do número de lares com animais de estimação pode explicar-se pelo facto de acompanhar as tendências demográficas e sociais: “Desde a alteração dos núcleos familiares até à evidência de que os animais de estimação contribuem para o bem-estar físico e psicológico dos seus donos, entre outros motivos”, aponta a GfK. Este contexto reflete-se nos cuidados com os animais: 74% dos donos de cães e 71% dos donos de gatos consideram que a saúde dos seus animais é muito importante.
Estima-se que, em Portugal, existam cerca de 6,2 milhões de animais de estimação. Os cães representam 36% do total e são os favoritos dos portugueses, seguidos pelos gatos (22%), pelos pássaros (10%) e pelos peixes (4%). Os animais são considerados membros das famílias que os acolhem – 51% no caso dos cães, 48% no caso dos gatos e, de acordo com a GfK, verifica-se uma crescente ligação emocional e afetiva que leva a um tratamento mais humanizado dos animais de estimação.
O estudo inclui ainda os dados de penetração de animais de estimação em 23 países. Neste ranking, Portugal está em linha com a média global (57%), mas ocupa a 14.a posição da lista liderada pela Argentina, pelo México e pelo Brasil. As últimas três posições são ocupadas por países asiáticos: Japão, Hong Kong e Coreia.