A expectativa para o conselho nacional do PSD desta noite é grande. Os sociais-democratas estão à espera que Rui Rio vá à primeira grande reunião desde o congresso explicar como é que o partido deve fazer oposição a António Costa.
As atenções devem centrar-se no discurso de análise política que Rio fará, até porque a eleição de José Silvano como secretário-geral do partido – o outro ponto da agenda – é dada por pacífica por várias fontes ouvidas pelo i.
Desde que Rui Rio assumiu a liderança do PSD, em fevereiro, os sociais-democratas ainda não o ouviram falar sobre o rumo que quer dar ao partido.
“Pensávamos que íamos ouvi-lo falar sobre a estratégia política, mas afinal limitou-se à ordem de trabalhos”, comentou ao i o líder de uma distrital logo após a reunião da semana passada com os dirigentes distritais. A desilusão era grande porque cada dia que passa sem orientações precisas do líder é um dia em que os sociais-democratas se sentem sem rumo.
“Enquanto Rio não der indicações sobre como quer fazer oposição, ficamos à espera. Somos como uma orquestra à espera do maestro. Se ele não indicar o tom, ficamos calados”, assume outro líder distrital.
A sensação de desorientação não se fica, de resto, pelas fileiras dos desalinhados da nova direção. Os apoiantes de Rui Rio reconhecem estar também ansiosos para ouvir instruções.
“Já sabemos quais são as duas áreas em que podemos tentar chegar a consensos com o PS, a descentralização e os fundos comunitários. Agora, temos de saber quais são as matérias em que temos posições inconciliáveis”, afirma um apoiante de Rio.
Contentes por ver o líder jogar ao centro, saindo da ala mais à direita da política, os apoiantes de Rio querem agora ver propostas do líder. “É preciso definir como é que podemos evoluir para ser uma alternativa moderada ao PS”, nota um deputado social-democrata, que acha que está na altura de o partido começar a apresentar soluções concretas para o país que o distingam da governação de Costa.