Depois de ter assumido "vergonha" pelas suspeitas em torno de José Sócrates, Carlos César diz sentir orgulho na "marca positiva" deixada pelo governo liderado pelo ex-secretário-geral que entregou hoje o cartão de militante socialista.
Sobre essa desfiliação, César disse apenas tratar-se de "uma decisão assumida de forma responsável de forma livre e no uso de um direito". Sem comentar mais nada.
A mensagem que César quis passar foi a de que "o PS orgulha-se do seu contributo em toda a história democrática e em particular dos períodos em que assumiu responsabilidades".
Mas César foi mais longe e elogiou a "marca muito positiva" deixada por José Sócrates "numa altura em que o país alcançou progressos assinaláveis",
Quanto ao facto de os socialistas terem assumido pela primeira vez a "vergonha" e o "incómodo" com os casos de suspeitas de corrupção, Carlos César diz que "não há nenhuma mudança".
O presidente do partido diz que sempre que houver suspeitas, "da parte do PS haverá desde logo e sempre uma preocupação" e que "se se confirmarem essas suspeitas e essas acusações, é justamente um e entristecimento e compreensivelmente sensação de revolta".
Carlos César quis acima de tudo frisar que situações de suspeitas e até de condenações "existem em todos os partidos". E sublinhou o facto de o PS ter proposto uma comissão da transparência para "disciplinar e monitorizar a ação dos políticos, a ação dos lóbis".
Quanto aos processos judiciais sobre corrupção, César diz que "são casos que se têm disseminado ao longo dos anos por personalidades e situações que não envolvem só o PS".
"Em vários governos e em vários partidos têm acontecido situações", disse, lembrando que em alguns casos houve mesmo condenações e cumprimento de penas.
Para o futuro, Carlos César diz que o desafio é o de contribuir para ter "um Portugal gerido com cada vez maior transparência".