Pelo menos 37 palestinianos foram hoje mortos pelo exército israelita na sequência de protestos contra a inauguração da embaixada dos Estados Unidos em Jerusalém, registando-se também mais de 500 pessoas feridas.
Os protestos estão a decorrer em vários pontos na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel, com pequenos grupos de palestinianos a aproximarem-se das vedações fronteiriças controladas por Israel. A agência EFE, citada pela Lusa, avançou que os soldados israelitas dispararam gás lacrimogéneo contra os manifestantes.
Como sinal de aviso, a Força Aérea israelita lançou milhares de panfletos a alertar os palestinianos de que "atuará contra qualquer tentativa de danificar a vedação de segurança ou atacar soldados ou civis israelitas".
Há mais de um mês que milhares de palestinianos se têm deslocado diariamente até à fronteira com Israel para protestarem contra o avanço dos colonatos, péssimas condições de vida e atos de violência indiscriminada pelas forças armadas israelitas. Além de um ato de protesto, a Grande Marcha de Regresso, assim chamada pelos palestinianos, tem como objetivo relembrar o "Nakba" (desastre, em árabe), quando, em 1948, com a fundação do Estado de Israel, mais de 700 mil palestinianos abandonaram e foram expulsos das suas terras.
Entretanto, a ONU já apelou ao fim do uso de força desmedida contra os palestinianos e a Liga Árabe anunciou que irá reunir de emergência para discutir a inauguração da embaixada norte-americana em Jerusalém, território desde sempre contestado por ambos os lados.