Jerónimo de Sousa defendeu hoje que o governo deve contabilizar "o tempo todo" de serviço dos professores, como já "está inscrito" no Orçamento do Estado (OE) deste ano.
"Basta olhar para o OE em vigor", afirmou o líder comunista, enquanto discursava num almoço com militantes e simpatizantes do PCP realizado na Mina de S. Domingos, no concelho de Mértola, distrito de Beja.
Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro na entrevista ao Expresso, onde António Costa referiu que o governo se comprometeu a descongelar as carreiras dos docentes, mas não a "contar o tempo enquanto durou o congelamento", Jerónimo de Sousa remeteu para o Orçamento de 2018.
"É verdade que o PS, inicialmente, apresentou uma proposta" que falava da "contagem de tempo de trabalho", mas "a verdade é que no OE em vigor" o que consta é "a contagem do tempo do trabalho" dos professores, frisou o comunista.
Segundo o líder do PCP, trata-se de "uma diferença de uma letra, mas que tem um grande significado, porque 'de' não é a mesma coisa que 'do'".
Assim, o "posicionamento" do PCP defende que "o Governo deveria levar por diante a concretização daquilo que está inscrito na Lei do Orçamento", argumentou Jerónimo de Sousa.
Embora admitindo que exista "diálogo e negociação" com os sindicatos dos professores, segundo o secretário-geral comunista, "não deveria estar em causa a questão da contagem do tempo" para as carreiras dos docentes, porque "deve ser o tempo todo", mas apenas o "prolongamento do tempo de concretização desse objetivo".