“A partir do pequeno Orçamento condicionado nós podemos ir crescendo”, diz Costa

Primeiro-ministro falou hoje na conferência ‘Encontro com cidadãos’

António Costa defendeu, esta quinta-feira, que mais vale ter um pequeno Orçamento, embora seja condicionado para proteção do euro, do que não ter nada.

O primeiro-ministro falava à margem da conferência 'Encontro com cidadãos', que se realizou no Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, onde também esteve presente o comissário europeu para Assuntos Económicos e Financeiros, Pierre Moscovici. António Costa respondia a Francisco Louçã, depois de este o ter questionado sobre as consequências de não ter havido acordo na última reunião do Eurogrupo acerca do Orçamento da zona euro.

De acordo com o comunicado do Eurogrupo, foi feita a distinção entre dois pontos sobre aquilo que foi transmitido ao Conselho Europeu: que não houve entendimento sobre a existência de uma função da estabilização da capacidade orçamental e, por outro lado, que é solicitado um mandato do Conselho Europeu para se desenvolverem os trabalhos relativamente à capacidade orçamental, competitividade e convergência.

"Esta distinção não é irrelevante e não me passa sequer pela cabeça que, durante o próximo Conselho, não haja um mandato pelo menos no que respeita à competitividade e convergência. Agora, se podemos ir mais longe em relação à função de estabilização, talvez, embora seja difícil de prever", disse o chefe de Governo.

Sobre a capacidade orçamental da União Europeia, António Costa disse que na história da Comunidade Económica Europeia (CEE), "tudo foi sempre feito passo após passo”. "Prefiro ter um pequeno Orçamento condicionado do que nada, porque a partir do pequeno Orçamento condicionado nós podemos ir crescendo. Se não, continuaremos a bater contra uma parede que criará enormes dificuldades", acrescentou.

No final, o primeiro-ministro disse mesmo que neste momento existe "uma enorme oportunidade de dar um passo em frente e de se abrir uma brecha".