Começou às 0h00 desta sexta-feira a greve dos trabalhadores ferroviários que vai paralisar a circulação de comboios durante 24 horas. O tribunal arbitral nomeado pelo Conselho Económico e Social (CES) decidiu que não haverá serviços mínimos ou transportes alternativos.
Segundo a porta-voz da CP, Ana Portela, avançou à Lusa, durante as primeiras seis horas de protesto só se realizaram 27 viagens das 64 programadas a nível nacional. “Em termos globais estamos a falar de 27 comboios realizados. Estavam programados 64 a nível nacional. Todos estes comboios foram suprimidos por uma questão de gestão da circulação da Infraestruturas de Portugal (IP) e não por falta de pessoal da CP", explicou. No caso de Lisboa, estiveram em circulação 19 urbanos, enquanto no Porto concretizaram-se apenas oito ligações. Não foi realizada nenhuma das ligações de longo curso ou regionais previstas.
O protesto junta os trabalhadores da CP – Comboios de Portugal, da Infraestruturas de Portugal (IP) e da Empresa de Manutenção de Equipamentos Ferroviários (EMEF). "Esta é uma luta de todos a partir de processos distintos que estão perante o mesmo bloqueio do Governo e o que se exige é que haja negociação séria e construtiva", pode ler-se no comunicado da Fectrans. Em causa está a reivindicação da aplicação dos acordos assinados quer com o governo, quer com as administrações das empresas.
Para a paralisação nacional, segundo decisão do tribunal arbitral nomeado pelo CES, não estão previstos serviços mínimos, exceto os que estão definidos por lei – ou seja circulam até ao destino os comboios que já estavam em marcha ao início da guerra, assim como os comboios de socorro e os que transportam mercadorias perigosas.
O governo já manifestou disponibilidade para negociar com os trabalhadores ferroviários. "Isso faz muito pouco sentido, uma vez que estamos a meio de processos negociais, quer na CP, quer na IP e, em particular na IP, onde os sindicatos também decidiriam decretar esta greve, temos aliás os processos negociais bastante avançados", disse Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas.