Rui Rio tem sido alvo de muitas críticas dentro do PSD, mas também há quem o defenda. Em entrevista à TVI24 no sábado, Carlos Moedas deixou rasgados elogios ao líder dos sociais-democratas. Para o comissário europeu, Rio é um homem “determinado”, “genuíno” e “com provas dadas”.
“Essa maneira de ser de Rui Rio – uma maneira de ser talvez diferente dos outros políticos – é importante também hoje no momento em que vivemos”, acrescentou, sublinhando que “é preciso deixá-lo fazer o seu trabalho”.
Questionado sobre se se revê na atuação do atual líder do PSD, Carlos Moedas não hesitou: “Obviamente que me revejo”.
O comissário europeu afirmou ainda que é com “alguma dificuldade” que vê a “desunião” que há atualmente entre os sociais-democratas. E apelou aos colegas de partido para que se unam “à volta daquele que é o líder do PSD” para que consigam “ter um projeto alternativo para apresentar aos portugueses”. “É isso que se está a construir”, alertou.
Carlos Moedas referiu que é preciso “continuar a lutar por aquilo que são os princípios da social-democracia” – princípios esses que são o que torna o PSD diferente dos “outros projetos políticos”
Esta não é a primeira vez que Moedas se mostra publicamente do lado de Rui Rio. Numa entrevista que ao Público em novembro de 2018, o comissário europeu já tinha pedido aos sociais-democratas que dessem “uma oportunidade” ao líder do PSD.
“Como militante do PSD, não gosto de ver tudo aquilo que se passa à volta, aquilo de pensar em quem vão ser os próximos líderes. Isso não interessa agora. Há um líder do PSD, que tem provas dadas como homem, é um homem honesto, com capacidade. Temos de nos unir à sua volta. O que tenho feito até agora é essa união. É não gosto deste ruído, é negativo para a política”, defendeu.
Rio critica governo
O líder do PSD acusou ontem o governo de António Costa de fazer “habilidades” e de ter um “discurso enganador”. Em causa está a subida das taxas de carbono cobradas sobre o preço dos combustíveis, consagrada numa portaria publicada quatro dias depois da descida do imposto sobre os produtos petrolíferos (ISP).
“Ora cá temos, mais uma vez, imposto para lá, taxa para cá; e no fim, o contribuinte a pagar mais. Quando perceberá o Governo que estas habilidades vão ter de parar? Até porque muitos portugueses já começaram a perceber este sistemático discurso enganador”, escreveu Rui Rio no Twitter.
O novo ano trouxe uma descida do preço dos combustíveis, que foi impulsionada, sobretudo, por uma redução de três cêntimos no ISP. Contudo, o efeito será travado, depois do governo ter publicado, na sexta-feira, uma portaria que atualiza as taxas de carbono cobradas sobre o preço dos combustíveis. As taxas vão sofrer aumentos que chegam aos 1,5 cêntimos por litro de gasóleo.