O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro pediu para ser ouvido pelo presidente da República sobre a sua decisão de concorrer à liderança do PSD e, no final do encontro, esta segunda-feira, no Palácio de Belém, deixou claro que a decisão do atual presidente social-democrata, de pedir uma moção de confiança em conselho nacional, não chega para o processo de clarificação interna.
Num registo pouco habitual, Luís Montenegro não se furtou a responder a perguntas à saída da audiência em Belém sobre a vida interna do PSD. E acabou a audiência presidencial a lançar farpas a Rui Rio a partir do Palácio de Belém, após uma conversa de mais de 40 minutos com Marcelo Rebelo de Sousa. Montenegro considerou que Rui Rio "teve medo" e não teve coragem de "responder ao repto" das eleições internas diretas. Mais, o antigo dirigente defendeu também que o "conselho nacional não era a sua praia" para a resolver o problema, nem tão pouco tinha decidido concorrer à liderança do partido com base em moções de censura ou confiança. Ou seja, a única via será a de ouvir "todos os militantes".
Por fim, assegurou que "é um absurdo" o nível de acusações sobre uma disputa interna por causa de lugares e deu como exemplo o seu caso, em que renunciou ao cargo de deputado.
Entretanto, o conselho nacional extraordinário já está marcado para o próximo dia 17 de janeiro pelas 17horas, no Porto. O encontro servirá para testar a moção de confiança de Rui Rio.