Os protestos contra o governo de Maduro já fizeram, no total, 26 vítimas mortais em apenas quatro dias. Os dados são do Observatório Venezuelano de Conflituosidade Social (OVCS), citado pelo jornal espanhol El País.
Os protestos dos venezuelanos têm sido realizados no centro de Caracas e têm sido intensos e violentos, sendo que um dos protestos mais fortes que houve teve lugar em Petare, a maior favela da América Latina.
Recorde-se que Nicolás Maduro iniciou, a 10 de janeiro, o seu segundo mandato de seis anos como Presidente da Venezuela, sendo que a oposição no país e a maior parte da comunidade internacional não lhe reconheceu legitimidade na vitória eleitoral.
Esta quarta-feira, o recém-presidente da assembleia nacional, Juan Guaidó, autoproclamou-se presidente interino da Venezuela, perante milhares de pessoas concentradas em Caracas.
Pouco depois, os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, já reconheceram Juan Guaidó como o novo chefe de Estado. Já o México, a Bolívia, Cuba, a Rússia, a China e a Turquia mantêm-se ao lado de Maduro, reconhecendo-o como o legítimo presidente, democraticamente eleito.
A União Europeia, por seu lado, apela a uma ida dos venezuelanos às urnas. "Os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional", afirmou, quarta-feira, a Alta Representante da UE para a Política Externa.
Em Portugal, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, sublinhou que o povo da Venezuela demonstrou já a sua "vontade inequívoca" e considera que Nicolás Maduro tem de compreender que “o seu tempo acabou", apesar de admitir que “não há nenhum golpe de Estado em curso na Venezuela”.
Ainda durante o dia de ontem, depois de os EUA terem reconhecido Juan Guaidó como o novo chefe de Estado, Nicolás Maduro ordenou o encerramento da embaixada venezuelana em Washington e, em resposta à medida tomada, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou aconselhou os seus cidadãos venezuelanos a “considerar fortemente” deixarem o país, tendo ordenado ainda a saída de pessoal governamental não-essencial.
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