PSD vai votar ao lado do CDS na moção de censura ao Governo

Especulação parece ter chegado ao fim

O PSD de Rui Rio vai votar a favor da moção de censura ao governo proposta pelo CDS, à semelhança da direção social-democrata anterior, liderada por Passos Coelho.

O presidente do conselho estratégico nacional, David Justino, confirmou ao i a decisão, esta segunda-feira, remetendo mais explicações para o comunicado do grupo parlamentar.

“O PSD voltará a repetir as criticas que tem vindo a fazer ao Governo e, consequentemente, votará a favor de uma censura à política socialista que tem vindo a ser seguida”, lê-se no comunicado, a que o i teve acesso.

No mesmo documento, os sociais-democratas fazem também questão de sublinhar que “como é por demais evidente, a moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS não tem qualquer efeito prático”, além da realização de um debate regimental na Assembleia da República na próxima quarta-feira.

Apesar de ter remetido mais explicações para o texto do comunicado oficial, esta manhã, o também vice-presidente do partido, David Justino justificou a decisão à Rádio Renascença: “Não tem muito sentido nós estamos, por um lado, a dizer que estamos contra o Governo, por outro, estarmos a fazer oposição e, por outro lado, não secundar a posição do CDS”, afirmou o social-democrata.

“Muito provavelmente a posição de que vamos tomar – se nada mudar – é precisamente de votar a favor da moção do CDS”, acrescentou.

Esta é a segunda moção de censura ao executivo socialista de António Costa, a primeira foi apresentada em outubro de 2017, na sequência dos incêndios, que teve o apoio do PSD de Passos Coelho, mas que acabaria chumbada, sem surpresa, pela Esquerda.

Como refere o comunicado do PSD, esta moção de censura apresentada por Assunção Cristas, na passada sexta-feira, não tem efeitos práticos, pois será muito provavelmente chumbada, à semelhança da anterior.

No entanto, a moção tem o mérito de pressionar o PSD a assumir uma posição em relação ao governo de António Costa, sendo que o líder social-democrata Rui Rio admitiu recentemente que não afastava um acordo pós-eleitoral com o PS.

A decisão confirmada por David Justino põe assim fim à especulação sobre o sentido de voto dos sociais-democratas.