Jerónimo de Sousa diz que “empreitada de notícias” contra altos dirigentes do PCP é promovida por “direita económica”

“Não perdoam ao Partido Comunista Português a sua coerência, a sua determinação e a sua contribuição para a própria solução política encontrada”

Jerónimo de Sousa acusa a “direita económica” de promover uma “empreitada” de notícias sobre altos dirigentes do PCP devido à contribuição do partido para a atual solução governativa.

“Nunca aproveitei nada da política (…) queria e vou conseguir sair com a consciência tranquila de que, no quadro das minhas limitações, e naturalmente dos meus defeitos, procurei fazer o meu melhor pelo meu povo e pelo meu país", disse o secretário-geral do PCP, citado pela agência Lusa.

Depois de noticiado um alegado favorecimento do seu genro pela Câmara Municipal de Loures, que é liderada pelo seu camarada Bernardino Soares, e também do envolvimento do pai de João Ferreira, cabeça de lista da CDU às europeias, em despejos e negócios de alojamento local, Jerónimo de Sousa garante que essas notícias “não vêm de dentro” do partido.

Em declarações à agência Lusa, o líder do PCP fala numa “empreitada” de notícias promovida por uma determinada “direita económica”.

"Não perdoam ao Partido Comunista Português a sua coerência, a sua determinação e a sua contribuição para a própria solução política encontrada", acusa Jerónimo de Sousa, acrescentando ainda que “o preço é alto”, mas que "há valores que deveriam ser respeitados".

"Seria curto apontarmos o dedo a este ou aquele profissional da comunicação social, não sei se são jornalistas, mas não interessa, que têm vindo a publicar essas notícias", disse.

"Uma operação em que diversos órgãos de comunicação social fizeram um trabalho à peça, convergente, não digam que não. De uma forma claramente articulada em que eu considero que existe um centro que coordena estas empreitadas que são distribuídas pelos diversos órgãos de comunicação social", acrescentou.

"Você imagina o que é não saber coisa nenhuma de negócios de trabalhos na câmara, nunca ter dado uma palavra a ninguém sobre qualquer favorecimento e vir um jornalista de microfone em riste perguntar: 'o fulano tal é seu genro?' Aliás, como aconteceu com o João Ferreira: 'se não foste tu, foi o teu pai'. Nunca acusaram. Fizeram pior: insinuaram, que como é sabido é sempre a base do boato", referiu.

Para o líder comunista, tudo isto deu origem a “um caldo inaceitável” que foi “claramente orientado” por uma certa “direita económica”.

"Não perdoam ao PCP que pudesse estragar a festa em relação aos quatro anos que passaram e que eles pensaram que iam poder acabar com o resto. Não conseguiram", rematou.