O Partido Socialista quer que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, seja ouvido no parlamento sobre a resolução do Banco Espírito Santo e o consequente processo de venda. "É do máximo interesse público esclarecer com maior profundidade a informação e afirmações que têm sido reveladas nas últimas semanas", lê-se no requerimento que deu entrada no parlamento.
Os socialistas não têm meias palavras no que às responsabilidades dizem respeito, apontando o dedo ao governador e aos "principais responsáveis do anterior governo PSD/CDS-PP".
A resolução do BES está a marcar novamente o debate político desde que se soube que precisa de uma nova injeção de capital na ordem dos 1.100 milhões de euros, provenientes de dinheiros públicos.
Há semanas que audições parlamentares sobre o colapso do BES têm decorrido, com os socialistas a garantirem que estas "permitiram confirmar que persiste um 'banco mau' dentro do Novo Banco por força de uma resolução do reconhecimento insuficiente e marcada por opções muito discutíveis e outras ainda por esclarecer".
"Os ativos tóxicos transferidos do BES para o Novo Banco têm sido responsáveis por quase 6.000 milhões de euros de imparidades", sublinha o grupo parlamentar socialista. Uma situação que, diz, demonstra que "afinal o Novo Banco não foi o tal 'banco bom' prometido pelo anterior governo PSD/CDS".