Dezenas de milhares de pessoas saíram às ruas no Sudão, esta segunda-feira, em protesto contra o Governo do Presidente Omar al-Bashir.
Ficaram claras as divisões entre o aparelho de segurança, com elementos das forças armadas a escudarem cidadãos da repressão. Desde que começaram os protestos já terão morrido 52 pessoas, segundo a Human Rights Watch, enquanto o Governo fala em 32 mortos.
Uma testemunha do protesto afirmou à BBC que uma série de carrinhas chegaram
ao local, começando a disparar gás lacrimogéneo e fogo real contra a manifestação pacífica. Os soldados do exército sudanês inicialmente mostraram-se impávidos, mas depois tentaram escorraçar as restantes forças de segurança, disparando para o ar.
As carrinhas levariam a bordo agentes das secretas sudanesas, o National Intelligence and Security Service (NISS). Vários manifestantes receberam abrigo em instalações da marinha.
Os protestos foram desencadeados pelo aumento do custo de vida, levando à exigência da demissão do Presidente. A economia sudanesa tem sofrido com as sanções dos EUA, que acusam Cartum de financiar grupos terroristas.
Na linha da frente dos protestos estão as associações de médicos e advogados.